Nove verdades e uma mentira sobre o Palmeiras

O Verdazzo embarcou na última moda da internet. Seguem as nove verdades e uma mentira sobre o Palmeiras:

  1. É o legítimo “Verdão”. Goiás, Chapecoense e outros menos cotados adotaram a cor em homenagem ao Palmeiras – e o apelido também;
  2. É o maior campeão do Brasil com 13 títulos nacionais e o maior vencedor de Campeonatos Brasileiros;
  3. É o clube que necessariamente precisa ceder atletas para a Seleção Brasileira para vencer títulos importantes. Se não tem palmeirense, não tem Copa do Mundo ou medalha de ouro olímpica;
  4. Tem o estádio mais moderno e bem localizado da América Latina;
  5. Tem a torcida mais corneteira e chata do mundo – mas também é a que mais empurra o time e amedronta os adversários;
  6. Vestiu a camisa do Brasil na inauguração do Mineirão e enfiou 3 a 0 na Seleção do Uruguai;
  7. Montou o time mais letal e espetacular da História do futebol brasileiro: o Esquadrão dos 102 Gols de 1996;
  8. Foi perseguido na Segunda Guerra Mundial, teve seu estádio ameaçado de roubo e foi obrigado a mudar de nome;
  9. É o time mais odiado pela imprensa;
  10. O Palmeiras não tem Mundial.

A folga dos jogadores do Palmeiras e a ausência do Eduardobol

Eduardo Baptista comanda treino
César Greco / Ag.Palmeiras

O elenco volta a se apresentar amanhã pela manhã na Academia de Futebol, depois de dois dias de descanso concedidos pela comissão técnica. Os jogadores, além de descansarem o corpo, tiveram muitas horas de reflexão após a vexatória derrota por 3 a 0 em Campinas.

Parte da torcida – sempre aquela mais barulhenta – logo esbravejou. Cheios dos direitos, afinal, pagam Avanti e ingresso, colocaram as mãos nas cadeiras e se indignaram com o que consideraram um prêmio aos jogadores. Para eles, time que perde um jogo por falta de vontade tem que treinar no dia seguinte das 6 da manhã até 4 da tarde, sem pausa, de preferência rodeados por chibatas.

Bobagem. Se fosse realmente o caso de punir os jogadores, seriam aplicadas as regras do manual de comportamento – e a maioria das sanções são no bolso, que é onde os jogadores mais sentem.

Falando francamente: não há motivo para crer que o desempenho pífio dos jogadores tenha sido uma wesleyzada, algo deliberado passível de punição – a não ser que alguém acredite no Neto e em seus similares e compre a ideia de que o trote no Roger Guedes rachou o elenco. Por favor…

Temos uma comissão técnica do mais alto nível e podemos supor que houve motivos para essa folga incomum. Talvez tenha havido algum consenso em relação a dar um tempo para os jogadores apagarem a péssima partida da cabeça, depois de uma semana tão intensa. Ou talvez por causa do desgaste físico. Ou as duas coisas. Seria muito interessante que alguém viesse a público e desse uma palavra a respeito do assunto – qualquer justificativa já serviria para dissipar a revolta pueril que assola as redes sociais.

Mas mesmo infantiloide, a revolta pode ter um fundo consistente.

Cadê as bolas paradas?

Uma das grandes virtudes do time campeão brasileiro de 2016 foi a enorme eficiência nas jogadas de bola parada. Qualquer falta, escanteio ou mesmo lateral próximos à área adversária virava um tormento para as defesas, e não raro, eram convertidas em gols. No último domingo, diante da crônica falta de criatividade, o Palmeiras alçou dúzias de bolas aéreas na área da Ponte Preta – todas rechaçadas sem maiores dificuldades pela boa dupla de zaga formada por Marllon e Yago.

Mina e Vitor Hugo, zagueiros que marcaram vários gols importantes na campanha de 2016, só não morrem de fome este ano porque não dependem de gols para comer: apenas um gol da dupla, feito pelo colombiano contra o Jorge Wilstermann, no abafa.

Vem, Eduardobol

Eduardo Baptista está devendo nas jogadas ensaiadas. Parece até que comprou a marcação da imprensa em cima do Cuca. As bolas paradas não são apenas soluções para times empacados na criação. Ao contrário, são variações fundamentais que, eventualmente, servem de muleta quando os caminhos regulares, por qualquer razão, não levam a lugar algum.

Os cruzamentos estão saindo baixos. Os jogadores parecem mal posicionados dentro da área. As defesas em geral têm levado enorme vantagem sobre nossa força aérea, mesmo com toda a altura de nossos jogadores. E isso tem um nome: falta de treino específico.

Nossa comissão técnica recebeu uma missão difícil para esta semana: cinco dias para preparar o time para reverter um placar adverso de 3 a 0. Decidiu usar dois desses dias apenas para assistir a vídeos, estudar, pensar e discutir enquanto os jogadores descansavam o corpo e a mente. Restam três dias para ensaiar o plano de jogo junto com o elenco. Saberemos se é suficiente no sábado – não pelo placar, mas sim pela atuação coletiva do time.

Podemos até ser eliminados, mas desde que por méritos do adversário. Jamais por apatia ou impotência de nossa parte. Não com este nível de investimento. Ao programar dois dias sem atividade, Eduardo e sua comissão aumentaram muito suas responsabilidades.

O que aconteceu com o Palmeiras em Campinas?

Jogadores da Ponte Preta comemoram gol contra o Palmeiras
Fernando Dantas/Gazeta Press

O Verdão esteve irreconhecível ontem à tarde e tomou uma traulitada da Ponte Preta no Moisés Lucarelli. Os 3 a 0 tornam a missão do Verdão de reverter a situação bastante complicada no próximo sábado.

Mas o que levou o time que teve tanta atitude na quarta-feira a entrar tão apático no domingo? A resposta, à distância, parece simples: cabeça. Ao contrário do que os analistas de placar dizem, a Ponte não deu um baile no Palmeiras, não fez uma partida perfeita, brilhante, simplesmente pelo fato que para merecer esses elogios é preciso ter um adversário que exija algo. E o Palmeiras não exigiu nada; a Ponte fez apenas o básico e perdeu a chance de fazer um placar muito maior e definir o confronto.

Ao vencer o Peñarol da forma que todos vimos, o grupo palmeirense pode ter experimentado uma sensação de onipotência, o que leva à soberba, que por sua vez, leva ao relaxamento. O time parece não ter entrado concentrado para um jogo de mata-mata e estendeu um tapete vermelho para a Ponte Preta até o gol de Fernando Prass.

O primeiro gol, aos 40 segundos, foi ridículo: Lucca conduziu a bola com muita facilidade por todo o nosso campo. Nossos defensores não entraram pra rachar, como se deve, e a Ponte conseguiu arrematar incríveis três vezes antes de fazer o gol – que só saiu porque Jean e Zé Roberto não fizeram o be-á-bá de dar dois passos à frente para deixar o Pottker impedido.

O mérito da Ponte Preta foi ter aproveitado esta chance e a seguinte, quando Pottker deu um passe fácil para Lucca, por trás de Jean, que parecia um juvenil. O toque por baixo de Prass deu ao time da casa, que só tem o Paulistão pra se preocupar e é a chance deles de serem campeões pela primeira vez na vida, a vantagem de dois gols no placar e o domínio mental completo do jogo. O terceiro gol, que só saiu porque Zé Roberto tropeçou em suas próprias pernas, dispensa comentários.

Mas não era um time de queixo duro?

Este Palmeiras não tem queixo de vidro – temos dito isto ao longo da temporada diante das frequentes demonstrações de poder de recuperação que nosso time tem dado. No jogo de ontem, o time não sentiu as pancadas, porque na verdade não sentiu nada. O Palmeiras entrou em campo de corpo, mas não de alma. Jogou perdido desde o início, e não porque tomou os gols.

Nossa torcida, revoltada, passou no final da tarde de domingo xingando o técnico e pedindo sua demissão imediata. À noite começaram a surgir as primeiras teorias conspiratórias – corpo mole, elenco rachado, aquelas coisas de sempre. Criticaram o almoço de Páscoa concedido ao elenco na tarde de sábado – os jogadores treinaram pela manhã, foram liberados para ficarem com as famílias e se reapresentaram às 18h. Houve quem caísse na pilha da imprensa dizendo que o trote no Roger Guedes causou tudo isso.

Tudo bobagem. O Palmeiras perdeu de 3 porque não entrou em campo. Faltou humildade e foco.

E agora?

No sábado, o Palmeiras tem uma chance espetacular de conseguir mais um feito histórico. O Allianz Parque vai estar lotado, e ir para o intervalo com vantagem no placar, mesmo mínima (algo absolutamente normal), torna o placar totalmente reversível. Imaginem o time precisando de dois gols e com 45 minutos pela frente, com o estádio daquele jeito. É claro que dá. O ponto fundamental para que este roteiro seja cumprido é não tomar nenhum gol, este será o maior desafio.

Para que tudo isso aconteça, Eduardo Baptista precisa de novas ideias para fazer alguns ajustes no time. Nada que cinco dias de trabalho não lhe proporcionem. A postura do time ao entrar em campo, esta é que tem que mudar mesmo. E cá entre nós, não existe a menor chance de entrarem em campo do mesmo jeito que entraram ontem.

Na boa e na ruim

O Palmeiras já nos deu grandes alegrias este ano e tende a continuar dando. Ficar ao lado do time na boa, é mole. Nossa torcida tem que mostrar que está junto também na ruim. E aí, de que lado você está?

No ataque do Palmeiras, todo mundo mete gol

Willian Bigode
César Greco / Ag.Palmeiras

Com os três gols marcados contra o Peñarol na quarta-feira, o Palmeiras chegou à marca de 37 gols na temporada, um dos melhores ataques do país entre os times que disputarão a Série A este ano – ainda mais levando-se em conta o nível dos campeonatos disputados pelo Verdão até agora.

Mas tão importante que a quantidade de gols marcados é a variedade de artilheiros no elenco do Verdão.

Ao marcar o gol da vitória aos 54 minutos do segundo tempo na última quarta-feira, Fabiano se tornou o 16º jogador do Palmeiras a ir às redes nesta temporada. Esta expressiva marca, que poucos clubes conseguem atingir no espaço de um ano inteiro, foi alcançada por nosso elenco no início do mês de abril.

Os destaques da lista, claro, são os jogadores de ataque. Entre parênteses, o número de jogos disputados. Confira:

  • 6 GOLS
    Willian Bigode (18)
  • 5 GOLS
    Dudu (17)
  • 4 GOLS
    Borja (9) e Roger Guedes (14)
  • 2 GOLS
    Jean (13), Michel Bastos (15), Raphael Veiga (9), Tchê Tchê (10), Keno (15) e Barrios (2)
  • 1 GOL
    Fabiano (10), Mina (8), Felipe Melo (16), Rafael Marques (2), Vitinho (4) e Guerra (9)
  • SEM GOLS
    Edu Dracena (14), Zé Roberto (14), Vitor Hugo (12), Thiago Santos (12), Egídio (10), Alecsandro (7), Erik (6), Antônio Carlos (4), Thiago Martins (2), Moisés (2), Hyoran (2), Mailton (1) e Arouca (1).

Já está chato falar da vastidão de nosso elenco. Mas os números atingidos pelo time até agora não mentem. Eduardo Baptista tem conseguido revezar bem os jogadores e, além de Felipe Melo, apenas Dudu e Willian romperam a marca dos 15 jogos entre os jogadores de linha – não por coincidência, são os dois maiores goleadores do time. Willian, mesmo sem ser titular indiscutível, é o jogador que mais vezes entrou em campo na temporada.

Esses números sugerem que o elenco, além de variado, é equilibrado e não depende de individualidades. Todos os setores do elenco chegam às redes, em jogadas ensaiadas ou em bola rolando; em cruzamentos, tabelas envolventes ou chutes de fora. O repertório é vasto.

Comparação

Alguns times também têm conseguido números expressivos nestes primeiros meses do ano, mas têm ressalvas. O SPFC tem a melhor média de gols marcados, mas também sofre muitos gols, denotando um grande desequilíbrio entre ataque e defesa. Outros ataques que conseguem destaque precisam ser ponderados pelos níveis dos campeonatos disputados: o campeonato paulista é, de longe, o que mais exige dos grandes. O Vitória tem 27 gols marcados em dez jogos – no campeonato baiano. O Galo tem marca semelhante no mineiro.

E esses times, em comparação ao Palmeiras, certamente perdem na hora de contabilizar o número de jogadores em condições de marcarem gols. Os elencos são curtos, e quando a maratona de jogos cobrar a conta, não terão peças de reposição à altura. Aliás, já tem rival perdendo jogador importante e a dependência vai começar a ficar escancarada. Desse mal, não sofremos.

Tudo isso faz com que nossa confiança para a sequência do ano permaneça alta. O protagonismo do Verdão vai continuar incomodando. VAMOS PALMEIRAS!

Podcast: Periscazzo (10/04/2017)

Mais um Periscazzo foi ao ar na noite desta segunda, durante o primeiro tempo do jogo que definiu a Ponte Preta como nossa adversária nas semifinais do Paulistão.

Participe dos programas, ao vivo, no Facebook: https://www.facebook.com/groups/1056738361038326

Aqui, o feed para os agregadores: https://verdazzo.com.br/feed/podcast/

E aqui, o link para apoiar o Verdazzo e se tornar um padrinho do site: http://www.padrim.com.br/verdazzo