Cuca pede centroavante publicamente e abre mais uma temporada de boatos

Com as saídas de Barrios, Rafael Marques e Alecsandro, o setor de ataque do Palmeiras abriu vagas. No último sábado, o Verdazzo publicou este post repassando o panorama do elenco e essa lacuna ficou clara. Não temos mais nenhum NOVE-NOVE além de Borja à disposição de Cuca. Nosso treinador obviamente já percebeu a carência e rapidamente pediu reposição. O interessante foi que, desta vez, fez isso publicamente, em entrevista à rádio Bandeirantes.

Foi só a entrevista vir a público que surgiram na imprensa alguns rumores de jogadores que o Verdão estaria “analisando”. Na verdade, os empresários é que oferecem seus atletas ao Palmeiras e aproveitam para plantar na imprensa que o clube supostamente teria interesse nos serviços de seus clientes, invertendo as ações. Os jornalistas adoram esse tipo de assunto e acaba virando matéria.

Sassá?

Sassá
Reprodução – Instagram

O caso mais evidente é o de Sassá, do Botafogo. Em situação ruim com a torcida depois de alguns casos de exibicionismo em redes sociais, o jogador parece ter encerrado seu ciclo no clube carioca. Talentoso e fazedor de gols, dividiu a torcida palmeirense, que gosta muito de rumores, boatos e fofocas.

Seus supostos problemas com a noite são o principal empecilho apontado por quem não o quer no Palmeiras, embora quase todos reconheçam que o menino mete gol – os 12 tentos anotados no último Brasileirão não deixam dúvida. Colabora com essa imagem a semelhança com Jobson, que também tinha um apreço destacado pelas diversões noturnas.

Existe um modelo de remuneração por produtividade no Palmeiras que vem dando muito certo desde que foi implantado, na gestão de Paulo Nobre. Diante diante de seu histórico, um contrato com Sassá deve ter dispositivos que liberem o clube de multa em caso de rescisão unilateral motivada por motivos disciplinares. O Palmeiras tem uma estrutura bem superior à do Botafogo e o jogador, caso chegue, talvez entenda que está diante da chance de sua vida. Pode ser uma aposta interessante.

O que realmente depõe contra a contratação do jogador é o fato do Palmeiras não poder contar com o jogador na Libertadores e na Copa do Brasil, torneios em que já defendeu o Botafogo. Em caso de suspensão ou lesão de Borja, o Palmeiras continuaria descoberto na posição em partidas eliminatórias.

Vai chegar

O torcedor palmeirense, que adora um reforcinho, pode esfregar as mãos. Pode ser Sassá, pode não ser, mas que um centroavante para fazer sombra para Borja vai chegar nas próximas semanas, não há dúvidas. Cuca pediu.

Resta saber como será a movimentação da lista de inscritos na Libertadores ao fim da fase de grupos. O Palmeiras poderá trocar três atletas para as oitavas e mais três antes das semifinais; Juninho, Mayke e Luan já estão na fila e Moisés tem a volta prevista para agosto. Alguém vai sobrar.

Amadorismo da Conmebol segue prejudicando o Palmeiras

O amadorismo da Conmebol, ainda por conta dos incidentes ocorridos em Montevideo, segue prejudicando o Palmeiras. O clube segue sem poder vender os ingressos para a partida contra o Atlético Tucumán, que acontece dentro de oito dias, no Allianz Parque, porque a entidade demora a divulgar as eventuais punições aos clubes, a serem definidas por seu Comitê Disciplinar. A diretoria trabalha com a hipótese de não poder haver torcida nesse jogo.

Troféu LibertadoresNormalmente, o Palmeiras começa a vender os ingressos com dez dias de antecedência, o que dilui um pouco o tráfego já caótico sistema de venda de ingressos pela Internet. Saber com antecedência se haverá uma partida (e se ela acontecerá com público ou não) é importante também para que toda a logística do evento seja feita sem atropelos pelo Palmeiras. A previsão otimista para que o parecer da Conmebol seja divulgado é sexta-feira.

O Estatuto do Torcedor determina que as vendas sejam iniciadas em, no máximo, 72 horas antes do início da partida – o que significa, na prática, 21h45 de domingo. Caso tenhamos o parecer até sexta-feira e o Palmeiras seja absolvido, a toda a operação poderá ser iniciada, com prazo bem mais curto que o habitual. Já será um problema.

Mas o problema será grande mesmo se não tivermos a definição até sexta-feira. Esperar que alguém mova uma palha para que o parecer saia no fim-de-semana é o mesmo que acreditar no coelho da Páscoa. Neste caso, a definição acontecerá só na segunda-feira e prazo legal para início das vendas não poderá ser cumprido, a não ser que o Palmeiras assuma o risco da operação por sua própria conta e risco.

Neste último caso, temos três hipóteses:
a) Palmeiras é absolvido e tudo se resolve, com muita correria; ou
b) Palmeiras é condenado, mas poderá cumprir a punição em outra partida, tudo se resolve com muita correria mas o time não poderá contar com a torcida no jogo seguinte, muito mais importante; ou
c) Palmeiras é condenado, precisará cumprir contra o Tucumán, e vai ter que arcar com todo o processo de devolução de dinheiro e com todas as complicações de uma operação dessa natureza.

Diante do risco de acontecer as duas últimas alternativas, o bom senso indica que, a não ser que tenhamos a definição até sexta, o Palmeiras deve recolher as vendas e jogar com os portões fechados, acarretando num enorme prejuízo financeiro. Mesmo que o parecer posterior seja de absolvição do clube.

A várzea é mais organizada

O incidente aconteceu há 20 dias. Os dados estão claríssimos e a Conmebol tem todos os elementos para emitir seu parecer. A entidade tem a obrigação de organizar decentemente os campeonatos que promove e deixar para definir se um jogo terá público ou não a menos de 72 horas de seu início é algo que não acontece nem na várzea.

Nossos jogos são operações que movimentam alguns milhões de reais e o Palmeiras precisa que as entidades que organizam os campeonatos – e que faturam alto por terem clubes tão importantes os disputando – desempenhem suas funções de forma compatível com esses valores. Essa demora é injustificável e inaceitável; as implicações podem significar prejuízo enorme. O Palmeiras pode faturar num jogo de Libertadores, limpos, quase 2 milhões de reais.

Perguntas pertinentes

  1. Por que será que a Conmebol demora tanto para divulgar um parecer aparentemente simples de ser definido? Quais são os interesses envolvidos e quantas ligações telefônicas estão nesse processo?
  2. Por que a CBF ainda não fez nada para defender um de seus mais importantes afiliados neste episódio, que já custou uma absurda punição de seis jogos a Felipe Melo e ainda pode custar muito mais, técnica e financeiramente?
  3. Por falar em venda de ingressos, quando é que a Futebol Card vai implementar um sistema que realmente funcione e seja capaz de estabelecer uma fila racional e justa para carregar os cartões de acesso?

Podcast: Periscazzo (15/05/2017)

Mais um Periscazzo foi ao ar na noite desta segunda-feira. O grande futebol mostrado pelo Palmeiras na volta de Cuca dominou a pauta.

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A inglória missão de lutar contra um fantasma

A ótima exibição do Palmeiras ontem no Allianz Parque, como não podia deixar de ser, deflagrou mais um surto bipolar em nossa torcida – desta vez, positivo. A goleada imposta ao Vasco fez com que as redes sociais fossem invadidas por mensagens eufóricas, muitas passando um pouco do ponto – aquele papo bobo de “entreguem as taças” e etc.

O fato é que tivemos realmente momentos de brilho intenso, jamais vistos na passagem de Eduardo Baptista, o que trouxe à tona comparações – a maioria delas, injustas com a capacidade de nosso ex-treinador.

Lutando contra um fantasma

Fantasma de Cuca assombra Eduardo BaptistaEduardo estava tentando impor seu estilo ao time e isso levaria tempo. Mas precisou lutar contra o fantasma de Cuca o tempo todo. A sombra do treinador que comandou o clube na conquista do eneacampeonato jamais deixou de pairar sobre a Academia de Futebol – sobretudo pela mensagem deixada na saída: “vou dedicar um tempo para minha família e volto ao futebol em cinco ou seis meses”.

A frase ecoou no subconsciente de todos: torcida, diretoria – e principalmente jogadores, o que tornou a missão de Eduardo muito mais difícil. Sua única chance de vingar no Palmeiras era ser rápido; impor seu estilo e conseguir resultados e desempenho sem dar tempo para que a saudade de Cuca o assombrasse. Os resultados, ele até conseguiu – sua efetividade de quase 70% de pontos ganhos, no entanto, não foi suficiente para que seu trabalho conquistasse a confiança de todos diante da performance em campo, claramente irregular.

Se Cuca tivesse declarado o fim de sua carreira em dezembro, Eduardo contaria com mais paciência de todos. Provavelmente conseguiria impor seu estilo, teria mais tempo diante da falta de nomes qualificados para substitui-lo. Os jogadores tenderiam a conter a ansiedade, olhar para a frente e acatar com mais carinho suas orientações.

Diante das oscilações, os próprios atletas pareciam desejar profundamente a volta de Cuca. Sabendo que o treinador descansaria apenas por alguns meses e diante da demora de Eduardo em achar um caminho, o elenco, que sofre diariamente com pressões por desempenho, parecia desmotivado – de todos, Dudu e Tchê Tchê eram os que mais aparentavam esse desânimo. A alegria que se viu em campo ontem contrastou gritantemente com o que se via em campo nas semanas anteriores.

Esperança

Cuca usou de sua experiência, capacidade e principalmente conhecimento prévio do elenco para mudar um jogo que, apesar do placar favorável, se mostrava complicado ontem até os 35 minutos do primeiro tempo. E contou com a enorme disposição dos jogadores em fazer tudo dar certo. Não que eles estivessem fazendo corpo mole com Eduardo. O problema era trabalhar sem confiança, sabendo que poderia haver uma chance de tudo se resolver mais rápido.

A pressão pela saída de Eduardo cresceu na esperança que Cuca estivesse realmente no fim de seu período sabático – algo que ninguém poderia ter certeza. Felizmente para todos, isso se confirmou. O Palmeiras acertou na mudança, diante de uma situação incomum, única. Mas que o torcedor não transforme este acerto em regra. Demitir um treinador com quatro meses de trabalho nunca é correto – ou, como o futebol acaba de nos ensinar, quase nunca.

Palmeiras mexe no elenco e agita mais uma vez o mercado

Juninho e MoisésO Palmeiras segue renovando o elenco para a sequência da temporada. Alexandre Mattos, depois de dispensar Alecsandro para o Coritiba, trouxe do clube paranaense Juninho, zagueiro que joga pelo lado esquerdo e que eventualmente pode fazer a lateral. A contratação chega no momento em que o clube libera Vitor Hugo para a Fiorentina.

Em mais uma operação com o Cruzeiro, Rafael Marques rumará para Belo Horizonte, em definitivo. Em troca, por empréstimo até o final de 2018, o Palmeiras contará com o lateral direito Mayke, de 24 anos.

Zaga projetada

Vitor Hugo chegou ao clube no início de 2015 e foi um dos grandes zagueiros que passaram pela história recente do clube. Marcou 13 gols em 131 jogos com a camisa do Palmeiras. Teve o início de sua passagem marcado por uma falha num Derby, que custou uma derrota no Allianz Parque. Para muitos jogadores, isso significaria o fim de qualquer chance de vingar no Palmeiras.

Com personalidade, Vitor Hugo deu a volta por cima, conquistou a confiança da torcida e foi fundamental para as conquistas da Copa do Brasil de 2015 e do Brasileirão de 2016. Formou com Mina uma das duplas de zaga mais sólidas do futebol brasileiro neste século. Suas cambalhotas nas comemorações dos gols viraram sua marca registrada.

Juninho vinha chamando a atenção do Palmeiras desde o final de 2015, e finalmente a negociação se concretizou. Tem técnica e muita força física. A capacidade de jogar também como lateral pesou muito na opção.

Mina tem viagem marcada para a Europa após a Copa do Mundo; Edu Dracena está com 35 anos e Vitor Hugo acaba de deixar o clube. Com Juninho (22) e Luan (24), mais Antônio Carlos (24) e Thiago Martins (22), que se recupera de lesão, o futuro da zaga do Palmeiras parece estar desenhado por alguns bons anos.

De novo, rolo com o Cruzeiro

A troca de Rafael Marques por Mayke, em princípio, pode parecer desvantajosa para o Palmeiras, afinal, o atacante segue para Minas em definitivo e o lateral virá por empréstimo, até o final de 2018. Mas se vier com o passe fixado a um valor razoável e com prioridade para exercer a compra, pode ter sido um bom negócio devido ao alto salário de DJ Rafa – a diferença de idade dos dois atletas justificaria alguma diferença financeira no saldo final.

O novo lateral voltará a disputar a posição com Fabiano, a exemplo do que ocorreu em Belo Horizonte em 2015. Jean segue como titular, mas pode voltar para o meio-campo, sua posição original, nas partidas em que Cuca optar por dois volantes mais leves – algo bastante comum no ano passado. Essa opção deve ser bastante usada sobretudo enquanto Moisés ainda estiver em recuperação.

Mayke teve atuações de destaque no bicampeonato brasileiro do Cruzeiro, vencendo a Bola de Prata em 2013. Sofreu com lesões em 2015 e 2016 e não vem repetindo as grandes atuações do início da carreira, sendo até perseguido por parte da torcida do Cruzeiro. No Palmeiras, terá a chance de dar a volta por cima.

Como fica o elenco?

Elenco renovadoA chegada de Cuca redefine as posições de Tchê Tchê e Moisés, que saem da linha de 4 e jogarão como volantes. O elenco, com 31 jogadores, está bem mais enxuto que o do ano passado e aparentemente ficou com algumas lacunas.

Só temos Borja como NOVE-NOVE; o colombiano precisa de uma sombra e Cuca pode precisar de uma reposição, sobretudo nos períodos de convocação. Michel Bastos é o único meiocampista do elenco com características de fazer o pêndulo, da ponta para o meio, e vice-versa. Cabem reforços.

Renovação

As saídas de Vitor Hugo e Rafael Marques reduzem para apenas cinco os remanescentes da conquista da Copa do Brasil de 2015, ocorrida há apenas 18 meses. Levantaram aquele troféu Fernando Prass, Egídio, Zé Roberto, Arouca e Dudu. Todos os outros atletas do elenco chegaram a partir de janeiro de 2016. Alexandre Mattos segue impondo seu estilo ao nosso departamento de Futebol. Entre alguns erros e muitos acertos, ele segue renovando o elenco, fazendo bons negócios técnica e financeiramente e mantendo o time muito competitivo.