Abel diz que ‘ama’ jogadores do Palmeiras e deixa futuro em aberto: “Preciso neste momento descansar”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras, contra o Cruzeiro, durante partida válida pela trigésima oitava rodada do Brasileirão 2023, no Mineirão.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Abel tem contrato com o Palmeiras até o fim de 2024, mas sua permanência no clube ainda é incerta

“Eu amo esses jogadores, são minha segunda família. Gosto realmente desses caras”, assim começou Abel Ferreira após mais um título pelo Brasileiro. Na noite desta quarta-feira, a equipe empatou em 1 a 1 com o Cruzeiro e conquistou o Brasileirão pela 12ª vez.

Na entrevista coletiva, Abel falou da trajetória do Palmeiras até levantar o troféu, principalmente após a queda na Libertadores.

“Não posso falar só da arrancada final, porque os pontos que fizemos no começo também são importantes. É uma competição de pontos corridos, de consistência, é uma maratona. Nesta competição ganhou a equipe que foi capaz de lidar melhor com os momentos de dificuldade. Foi a equipe que não desistiu. Lembro de estarmos 14 pontos atrás, tivemos uma reunião com os jogadores e traçamos dois objetivos: um de resultado, que era lutar pelo título, e outro que era pelo nosso orgulho, nosso caráter. Mais do que tudo, era trazer isso. Quanto mais tu ganhas, mais sobe o sarrafo”, disse.

“As expectativas que criamos acabam por ser as nossas inimigas, somos vítimas do próprio sucesso. Não sei se os torcedores estão preparados para que esse treinador perca. Um mês atrás deu pra ver o quanto o futebol pode ser tão grato e ingrato. E este grupo de trabalho merece que os nossos torcedores os respeitem sempre. Jogamos mal alguns jogos sim, mas nunca teve falta de empenho. Ultrapassamos os limites, fomos resilientes”, acrescentou.

“Falei com os nossos jogadores quando passamos à frente para eles se colocarem um pouquinho no lugar do Botafogo, o quanto aquela equipe estava a sofrer. A competição é assim mesmo, mas fomos o time mais preparado para lidar com as adversidades. Fomos os justos vencedores”, complementou.

No Palmeiras desde novembro de 2020, Abel chegou ao 9º título pelo Verdão e se firmou ainda mais entre os maiores técnicos da História do clube.

Abel não garante permanência

Além do título, outro assunto que dominou a coletiva de Abel foi sobre sua permanência no ano que vem. O treinador tem contrato com o Palmeiras até o final de 2024, mas mesmo assim deixou o futuro em aberto.

“Dia 17 [de janeiro] estamos a competir outra vez e eu tenho que pensar, assim como eu fiz depois da primeira e da segunda Libertadores. Tenho contrato e os contratos são para se cumprir. Mas também já disse que estou cansado, são três anos seguidos. Quanto mais ganhas, maior é a exigência. Mais energia eu preciso dar aos outros. Ano que vem será pior ainda, não vamos ter descanso, terá a Copa América, jogos de dois em dois dias… não sei se terei energia o suficiente para dar a esses jogadores o que eles me deram. Preciso neste momento é descansar, desfrutar da minha família, repousar a minha cabeça”, disse.

“O que eu digo aos nossos torcedores é para desfrutarem desses títulos, nunca o Palmeiras ganhou tanto em pouco tempo. Seja qual for a decisão, será o melhor para todos. Há um contrato e contratos precisam ser cumpridos. Mas eu preciso descansar a mente e a decisão pode ser ir pra casa. Ao contrário dos últimos anos, desta vez, eu vou decidir o que for melhor para a minha família, não o que for melhor pra mim”, complementou.

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