Dá um descanso pra corneta e vamos, todos juntos, pra cima deles!

Após a rodada de meio de semana, foram definidos os semifinalistas do Campeonato Paulista, bem como os confrontos da penúltima fase do torneio. Palmeiras x Ponte Preta; SCCP x Mirassol, decidirão em partidas únicas os finalistas, que disputarão o título em ida e volta, na quarta-feira (5) e no sábado (8).

Campeonato Paulista 2018

Os acontecimentos dos últimos anos levaram o torcedor do Palmeiras a perder o encanto por uma das rivalidades mais ricas do futebol mundial: o Derby, principalmente em confrontos pelo Campeonato Paulista.

Atitudes desrespeitosas, antiéticas, antidesportivas, para não dizer “criminosas”, esfriaram o desejo por reviver tantas vezes quanto possíveis o que já foi – e que talvez ainda seja – o maior clássico do futebol brasileiro.

Nosso torcedor, cada vez mais exigente, anda mais ranzinza e corneteiro do que nunca, com ou sem razão. O comportamento padrão dos últimos anos tem sido elogiar quem não veste nossa camisa e espinafrar quem nos defende.

O absurdo chega ao limite de verem com simpatia até uma volta de Deyverson, como se ele não tivesse sido a encarnação do demônio enquanto estava por aqui. Ou criarem ranço por causa do posicionamento político de Felipe Melo, que expõe suas preferências num cenário de alta intolerância, sem nenhum freio.

Tudo isso foi motivo para criar alguma barreira entre o time e a torcida na disputa final do estadual deste ano. Desprezo, indiferença e até, pasmem, torcida contra, foram alguns dos desejos verificados em alguns torcedores.

Mas é certo que esses palmeirenses são exceções que, pelo inusitado das manifestações, acabam chamando atenção. São apenas uma minoria, muito jovens e imaturos, ou apenas “xaropes” mesmo, que aparentam ter mais relevância numérica do que realmente têm.

Na iminência de termos, mais uma vez, um Derby decidindo o campeonato em dois jogos a partir da próxima semana, a grande maioria, silenciosa, tende a ser mordida pelo velho bichinho, principalmente os mais velhos e calejados, que acabam não resistindo e cedendo ao apelo mágico da velha rivalidade.

Todos juntos, agora

Torcida do Palmeiras no Allianz Parque

Mesmo que tenhamos ainda dois times do interior no caminho, mantendo todo o respeito por Ponte e Mirassol, é impossível não projetar os Derbies para a semana que vem. E a rivalidade, mesmo alterada pelos episódios recentes, aflora. O desejo de vencê-los passa a ter mais importância do que qualquer outra coisa.

É por isso que, neste momento, precisamos deixar de lado todos os nossos comportamentos negativos em relação ao Verdão, seja qual for o motivo, e remarmos todos na mesma direção.

Neste momento, não quer dizer nada o que você pensa ou disse do jogador que não te convence. Não faz diferença o que você acha do trabalho do treinador. Não importa o posicionamento político do jogador, nem que o presidente que você odeia levantou um troféu em nosso estádio há quase dois anos. O papel do palmeirense, neste momento, é apoiar, empurrar esse grupo pra cima daqueles caras e buscar a vitória com todas as armas possíveis.

Torcida 2003

Deixa a corneta de lado. Corta o pessimismo. Dá uma pausa na militância. Vamos abraçar o Luxa e nossos jogadores. Já a partir do confronto contra a Ponte, o elenco precisa sentir, através das redes sociais (já que as arquibancadas seguirão vazias), que estamos com eles e que eles têm por quem lutar.

Chamem por eles no Twitter e no Instagram com mensagens legais. Que eles corram também por nós, não apenas por seus salários e por suas carreiras. E cabe a nós despertar esse sentimento neles.

Se não quiser fazer nada disso, tudo bem. Fica de boa. Mas pelo menos não atrapalha. Não agora.

Podemos sair vencedores do estadual, ou não. Podemos nem chegar nas finais. Mas jamais podemos nos furtar de fazer nosso verdadeiro papel quando a disputa chega a este cenário.

Vestiário do Allianz Parque na final do Paulista-2018

Quando acabar, podemos voltar a nossos comportamentos usuais, sejam eles saudáveis ou não. Mas agora temos que entrar em “modo decisão”. O destino está nos dando a chance de vingar, pelo menos um pouco, a enorme traição de 2018. Não podemos desperdiçar.

PRA CIMA DELES! VAMOS PALMEIRAS!


O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Gustavo Gómez entra em acordo com o Palmeiras e renova o vínculo

César Greco/Ag.Palmeiras

Depois de uma desgastante negociação, o zagueiro Gustavo Gómez chegou a um acordo com o Palmeiras e renovou seu contrato até junho de 2024, com valores ajustados. A informação é do portal globoesporte.com.

Os representantes do jogador interpretavam o texto do contrato de forma diferente do clube e pleitearam ajuste nos vencimentos do atleta baseando-se na forte variação cambial registrada entre a assinatura do primeiro contrato e os dias atuais.

Depois de várias rodadas, finalmente as duas partes entraram em acordo. A assinatura deve ocorrer ainda na tarde desta terça-feira e o contrato precisa ser registrado na CBF até as 19h. A correria deve ter sequência rumo à FPF, para efetuar o registro até as 23h59.

Caso a operação seja bem-sucedida, Gómez terá condições de jogo para a fase final do estadual, até mesmo para o jogo de amanhã, contra o Santo André. Por conta deste desencontro, o paraguaio desfalcou o Verdão nas últimas duas partidas.

Mercenário?

Gustavo Gómez
César Greco/Ag.Palmeiras

Parte da torcida demonstra revolta com a postura do zagueiro. A torcida espera que os atletas tenham o mesmo amor à camisa de quem está nas arquibancadas e sofás, algo que não acontece no mundo dos profissionais.

O termo “mercenário” é provavelmente uma herança dos tempos do futebol amador, antes de 1933. Hoje, todos os jogadores são mercenários. Todos defendem clubes que os pagam e vão atrás da melhor oferta financeira.

Quem ama a camisa somos nós, torcedores. Os atletas podem até demonstrar muito respeito e carinho por um clube, mas são, antes de tudo profissionais. A maioria absoluta deles entrega os rumos de suas carreiras a agentes especializados, figuras isentas de vínculos emocionais no momento de discutir os interesses de seus clientes.

A ausência de vínculos emocionais não dispensa caráter, claro. Temos diversos exemplos de empresários que não demonstram o menor escrúpulo nas negociações, rompendo a barreira do razoável no relacionamento com os clubes. O mesmo se verifica com advogados, no momento de fazer cobranças nem sempre devidas.

Bruno Henrique e Gómez
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

No caso de Gustavo Gómez, pela falta de informações, não se sabe ao certo se o que os empresários estavam pleiteando era algo justo, levando-se em consideração não apenas o escrito, mas também todo o contexto que levou a essa variação.

De qualquer forma, pedir não é feio. Colocar a faca no pescoço, sem razão, é. Usar a imprensa para ameaçar ir à Fifa para rescindir o contrato é uma jogada cuja validade está no limite das regras do jogo. Ou talvez um pouco além.

Felizmente, no final houve o entendimento, o que atenua as agruras da negociação. O preço final pode ter sido o Gil subindo sozinho e fazendo o gol no Derby. Gómez talvez sinta algum reflexo disso em forma de cobrança nos primeiros jogos, mas nada que a retomada de suas grandes atuações não resolva.

Que nossa torcida não resolva queimar mais um grande jogador por causa das atitudes de seus empresários. Não sabemos o quanto o contrato original lhes dava razão. Não sabemos nem o quanto o próprio zagueiro não influenciou na flexibilização das demandas, que possibilitou o acordo. Sem dados concretos, nossa obrigação é jogar a favor do clube, e não causar mais efervescência.

Que o tempo mais uma vez faça seu papel e a torcida volte a gritar o nome do jogador. A não ser que novos fatos venham à tona. VAMOS PALMEIRAS!


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Após duas partidas, Palmeiras já é bastante cobrado. É justo?

Palmeiras 2x1 Água Santa
César Greco/Ag.Palmeiras

O futebol voltou no estado de São Paulo depois de mais de quatro meses de paralisação devido à pandemia da Covid-19. Após duas rodadas disputadas – as duas que restavam para ser concluída a fase de classificação – foram definidas as oito equipes que disputarão o título do campeonato paulista.

Mesmo perdendo o Derby na reabertura dos trabalhos, o Palmeiras conseguiu ultrapassar o Santo André e se classificou em primeiro lugar no grupo, o que garantiu ao Verdão o mando da partida nas quartas-de-finais. Mas o futebol apresentado deixou a desejar nas duas partidas, causando apreensão em boa parte da torcida.

Diante do SCCP o Palmeiras teve 61% de posse de bola no segundo tempo, após as instruções de Luxemburgo no intervalo, mas não conseguiu reverter a vantagem no placar do adversário. O grande nome do jogo foi o goleiro rival. Já ontem, contra o Água Santa, a posse de bola chegou a absurdos 83% no primeiro tempo, mas o time tampouco conseguiu chegar às redes de Giovanni. A virada só veio quando o time entrou em modo desespero, após sofrer um gol inacreditável.

A dificuldade que o time mostra para converter a posse de bola em gols assusta. Nas redes sociais já é possível notar termos como “mais um ano perdido” e quetais. Será que é para tanto?

Aprender a ganhar e também a perder

SCCP 1x0 Palmeiras
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O pânico que se instala tem muito a ver com o resultado no Derby. O estrago causado por uma derrota no confronto contra nosso principal adversário é conhecido há décadas e nossa torcida não consegue se livrar desse efeito colateral.

Ninguém gosta de perder Derby e não se trata de pregar a indiferença ao resultado. Mas não podemos deixar que isso tenha um efeito tão prolongado.

Precisamos aprender a ganhar Derbies no campo tanto quanto precisamos aprender a perdê-los fora deles. A História mostra que as duas coisas acontecem em proporções idênticas.

A perspectiva fatalista que é traçada hoje devido aos resultados das duas primeiras partidas após quatro meses é absolutamente desproporcional. Foram apenas dois jogos e exige-se que o time esteja voando. É irreal.

Basta olhar ao redor

É claro que notamos ajustes a serem feitos nestes dois jogos. A saída de bola ainda precisa ser aprimorada. As jogadas pelos flancos podem ser mais frequentes, sobretudo usando os laterais, para furar retrancas.

As trocas de passes precisam ser mais ágeis. Nosso time ainda não consegue equilibrar disciplina tática e jogo pensado com rapidez e agressividade. A demora em se decidir o que fazer com a bola permite ao adversário se posicionar melhor e a barreira fica mais difícil de ser rompida.

César Greco/Ag.Palmeiras

Isso tende a vir com o tempo. Uma boa ocupação de espaços de forma coordenada é resultado de tempo. E ainda não houve tempo para que esse estágio fosse atingido, nem para nós, nem para ninguém.

Basta dar uma olhada a nosso redor. Nenhum dos grandes paulistas está jogando melhor que o Palmeiras; todos ainda estão brigando com a falta de ritmo e com a busca pelo melhor preparo físico, ainda com o entrosamento ainda em estágio inicial.

O único time que parece um pouco mais avançado é o Red Bull Bragantino – não por coincidência, o time da empresa de energéticos deu um jeitinho de furar a quarentena e recomeçou os treinos antes dos outros times.

E se ampliarmos um pouco o alcance do radar, constatamos que nos outros grandes centros tampouco há alguém jogando realmente bem nessa volta pós pandemia.

Todos estão com problemas e é natural que a diferença entre os times que se destacarão no Brasileirão e os que serão figurantes, neste momento, ainda não esteja pronunciada.

O Palmeiras precisa que a torcida, mesmo ausente dos estádios, seja um ponto de apoio do time. Cobramos que nossos jogadores sejam melhores que os dos adversários, mas não nos esforçamos para sermos melhores que as outras torcidas.

Entender o contexto da temporada, fazer as cobranças de forma equilibrada e ter maturidade para absorver rápido o impacto de uma derrota num Derby são alguns dos pilares desse esforço.

VAMOS PALMEIRAS!


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Após mais de cinco anos, Dudu deixa o Palmeiras

Após uma longa novela, finalmente foi feito o anúncio oficial: Dudu está fora do Palmeiras. O atacante foi emprestado ao Al Duhail-QAT por um ano, com opção de compra. Pelo empréstimo, o Palmeiras receberá limpos € 6 milhões. Caso queira ficar com o jogador em definitivo, o clube catari deverá desembolsar mais € 7 milhões daqui a um ano. Os valores não parecem compatíveis com o tamanho do jogador. Parecem combinar mais com a estatura do atleta.

A saída de Dudu representa a perda do maior ídolo recente da História do clube. No século 21, nenhum jogador fez tantos gols com a nossa camisa – foram 70. Na sequência, longe, vêm Vágner Love (54) e Willian (46). Na lista de jogos, Dudu, com 305, só perde neste século para Marcos (392) e é seguido por outro goleiro, Fernando Prass que atuou 274 vezes com nossa camisa.

Mais do que os números, Dudu foi o símbolo de uma nova era. Depois de anos de péssimas administrações, Dudu foi contratado de forma agressiva e destaque de um elenco totalmente renovado. Sua contratação foi um chapéu comemorado pela torcida nos dois maiores rivais. O próprio jogador tratou de oficializar o simbolismo da transação ao comemorar um gol num Derby pegando emprestado um chapéu de um jornalista.

Sua chegada, que coincidiu com os primeiros jogos no Allianz Parque, foi fundamental na explosão de novas assinaturas do Avanti e da grande virada administrativa e esportiva que o clube deu a partir de 2015. Foi protagonista na conquista de três grandes títulos e um símbolo da postura desejada em campo, jogando sempre com entrega total. Sua saída dói, e muito.

Dói, mas passa

Quando um ídolo dessa envergadura deixa o clube, é sempre um golpe para a torcida. É doloroso, é deprimente, mas faz parte. Como todos estão cansados de saber, os jogadores passam e o clube continua. A saída de Dudu precisa ser superada – e será, mais cedo, ou mais tarde.

Embora a diretoria tenha acenado em off com reposições, é bem pouco provável que aconteça. A rigor, a reposição foi feita antes mesmo de sua saída, com a chegada de Rony. À época, foi pontuado que o Palmeiras não precisava de mais um jogador para a função de atacante de flanco, por melhor que fosse a qualidade do novo contratado. Agora faz sentido.

Enquanto não tinha a saída definida, Dudu estava sendo cotado por Vanderlei Luxemburgo para jogar por dentro – algo que ele poderia fazer bem, mas que ainda era uma incógnita. O fato é que, com Willian, Rony, Veron, Wesley e Luan Silva à disposição, taticamente a saída de Dudu não abre nenhum grande buraco no elenco, desde que Luxa encaixe bem alguém para fazer o miolo.

Em valores absolutos, a transação é muito boa. Excepcional, na verdade. São quase R$ 2 milhões mensais, entre salários e outras obrigações, economizados. E claro, cerca de R$ 45 milhões no caixa, que provavelmente abaterão parte dos cerca de R$ 170 milhões que o clube passou a dever para a Crefisa da noite para o dia, em valores corrigidos. O que é bastante questionável é se Dudu vale isso ou muito, muito mais.

Ele volta?

Dudu e Vitor Hugo

O modelo da transação foi um empréstimo com opção de compra. Hoje, ninguém gostaria de ter perdido Dudu, uma referência técnica, artilheiro e homem com participação decisiva com dezenas de assistências. Mas uma vez que ele saiu, o time vai superar sua saída e se readaptar. Muitos jogadores poderão ganhar espaço e crescer muito.

Daqui a um ano, se Dudu voltar, o Palmeiras deixará de ganhar mais € 6 milhões. É como comprar o jogador de volta. A pergunta é: valerá a pena pagar esse valor por um jogador de 28 anos? Hoje, a maioria dos palmeirenses, ainda machucados com sua saída, diria que sim, mas daqui a um ano, talvez a resposta seja outra. Vai depender muito do encaixe do time.

O fato é que sua volta não depende do Palmeiras, e sim do clube catari, para quem a quantia é irrisória. A não ser que Dudu não se adapte e que faça força para deixar o Oriente Médio, é bem pouco provável que a compra não seja concretizada. O que nos permite pensar de forma bem concreta que este “até breve”, na verdade, é mesmo um “adeus”.

Tanto a torcida quanto o clube precisam superar sua saída. E isso vai acontecer. Nada como uma sequência de jogos para que voltemos a olhar para a frente.

Gratidão

Dudu

Nestes pouco mais de cinco anos, Dudu fez tudo o que a torcida queria de um jogador em campo: marcou gols em todos os principais rivais, tirou sarro, montou de cavalinho, deu tranco em juiz, meteu gol de cobertura e meteu gol em final, foi o maior artilheiro e o jogador com mais assistências.

Dudu foi ídolo e referência também para as crianças, que viam nele o principal motivo para serem palmeirenses e jogadores de futebol quando crescerem. Nossa torcida aumentou demais por causa de Dudu, que conseguiu um fato raro: mais de cinco anos vestindo a mesma camisa.

Depois de usar o mesmo nome de um consagrado ídolo que até busto tem na sede do clube; com a mesma camisa 7 consagrada por Julinho Botelho, Jorginho e Edmundo, Dudu vai deixar muitas saudades e merece toda a gratidão da torcida do Palmeiras. Que seja muito feliz na sequência de sua carreira.

E se acabar voltando, claro, vai ter lugar no time. No coração da torcida, o lugar já está cativo.


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Às portas da volta, Luxa deve ficar sem Rony e Dudu. E agora?

O Palmeiras tem grandes chances de incorrer em dois sérios prejuízos técnicos ainda durante este final de paralisação devido à pandemia da COVID-19. Às vésperas de um Derby, Vanderlei Luxemburgo não sabe se poderá contar com Dudu e Rony e a tendência real é de perdê-los, por motivos distintos.

A imprensa vem noticiando que o Palmeiras está negociando há semanas com um clube do Catar para a transferência de Dudu, no mínimo, por uma temporada. Ainda há alguns pontos que estão travando a definição, mas o Verdazzo apurou que existe um fator que deve pesar para o desfecho: a vontade do jogador, que não é pouca neste momento, de mudar de ares. Isso se dá tanto pelo fator financeiro, quanto mental, já que, é sabido, o clima está muito desfavorável por aqui para Dudu focar em jogar bola.

A outra bucha que estourou às portas da volta das atividades em campo de jogo foi a suspensão de Rony por quatro meses. A punição, imposta pela Fifa, relaciona-se com a transferência do jogador para o Athletico-PR, após passagem pelo Japão. A diretoria do Palmeiras sabia dessa possibilidade quando contratou o atleta e julgou que a chance de haver uma punição em jogos para o atleta era pequena e que a sanção da Fifa foi muito mais rígida que o normal.

Perder Rony e Dudu ao mesmo tempo é algo que certamente não estava nos planos de Vanderlei Luxemburgo. Mesmo pensando em usar Dudu por dentro, mesmo contando com atletas como Lucas Lima, Gustavo Scarpa, Zé Rafael, Raphael Veiga, Gabriel Verón, Luan Silva, Luiz Adriano e Willian Bigode, Luxa fica com o trabalho muito prejudicado ao perder ao mesmo tempo jogadores do calibre de Rony e Dudu.

Nossa diretoria tem consciência desse rombo técnico e sinaliza uma ida ao mercado para repor as perdas. Mas será certamente um negócio ruim, do ponto de vista financeiro, pois o mercado está vendo e se divertindo com os apuros por que passa nosso treinador nesse momento. O Palmeiras, se quiser um reforço à altura das perdas, vai ter que comprar na alta.

Efeito suspensivo e calendário

A suspensão de Rony, começando a contar de hoje, vai até 13 de novembro. Diante dos calendários já divulgados pela FPF, CBF e Conmebol, o camisa 11 ficaria de fora das seguintes fases de cada competição:

  • Paulista – até o fim
  • Brasileirão – até a rodada 20
  • Copa do Brasil – até a ida das quartas-de-final
  • Libertadores – até o fim da fase de grupos; voltaria para as oitavas-de-final

Entrar agora com um efeito suspensivo para tentar um recurso pode ser um tiro no pé. Nossa diretoria tem, neste momento, que avaliar se a chance de êxito é boa. Em caso afirmativo, o clube entrará numa aventura jurídica e torce para reverter a situação para não perder o jogador, nem agora, nem mais tarde. Porque se acabar perdendo o recurso, vai ficar sem o jogador nas retas finais das competições, o que é bem pior que perdê-lo agora.

Uma saída seria começar a cumprir a sentença agora e contar o prazo, ao mesmo tempo em que tenta o recurso. Se perder, nada muda.

O problema é que nunca se sabe o prazo para se julgar um recurso desses. Cada jogo que Rony estiver cumprindo pode ser um jogo desperdiçado em caso de reversão, apenas para mitigar o risco de perdê-lo nas fases decisivas. Seria uma espécie de “seguro”.

O Departamento Jurídico do Palmeiras tem uma decisão dificílima a tomar. É o preço a ser pago pela avaliação feita à época da contratação do jogador, de que o risco de punição em jogos ao atleta era pequeno. Podia até ser, mas aconteceu.

Desafio gigante

Mesmo que a Anderson Barros seja rápido no gatilho e traga um reforço à altura, os primeiros jogos já ficarão bem prejudicados. O calendário dos próximos meses será cruel e todos os times vão sofrer muito com a parte física; mesmo com toda a estrutura à disposição, o elenco do Palmeiras não será exceção.

Vanderlei Luxemburgo tem pela frente um dos maiores desafios de sua carreira: montar um esquema de jogo eficiente com as peças que lhe sobraram à disposição, fazer os atletas, em número reduzido, entenderem suas funções em cada situação e ainda administrar o estado físico de todos, diante da escassez numérica de atletas. Tudo isso com a enorme pressão de ter e vencer os campeonatos que o Palmeiras deixou escapar no ano passado, num calendário insano.

Vai começar mais um capítulo de nossa História, e pelo jeito, será um dos mais difíceis. O que tornará as eventuais conquistas muito mais saborosas.

(E vai que a transferência do Dudu mela; ele esquece os problemas e volta jogando muita bola? Quem sabe?)

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