Antes do anúncio da contratação de Gustavo Scarpa, o Palmeiras já era tido por todos como um dos times mais fortes do país, certamente entre os favoritos para disputar todas as competições do ano. Depois do negócio ser sacramentado, esse favoritismo ficou ainda maior e apenas aquelas surpresas do futebol poderão tirar o Verdão do G4 de qualquer campeonato.
Era de se esperar que a imprensa se cansasse de bater no Palmeiras e reconhecesse a competência do clube em chegar a essa condição. Um time forte como o nosso não caiu do céu. Muito menos os recursos usados para montá-lo. Foi necessário muito trabalho para atingir esse patamar. Mas para a crônica esportiva, o Palmeiras é o vilão, o rico malvado que vai bater nos pobres coitadinhos. Querem que se instale um “fair play financeiro”, expressão importada das ligas européias, para estabelecer um tipo de teto nos gastos, para não tornar a briga muito desequilibrada.
Aperto no cinto e muito trabalho
A parcela de nossa torcida que se mantém mais informada já sabe: a atual saúde financeira do Palmeiras tem origem na construção do Allianz Parque, que nos deixou quatro anos sem casa e custou um rebaixamento, e num plano de recuperação iniciado em 2013, que passou por um período de aperto no cinto, troca de um por cinco que acabaram sendo quatro, muitas dificuldades dentro de campo nos dois primeiros anos até a virada, com o pacotão de 2015 e os retoques no elenco feitos nos dois anos seguintes.
Todo esse ajuste dentro de campo foi feito com lastro numa política financeira severa que envolveu rigidez absoluta nos gastos. Métodos pouco convencionais, como os contratos por produtividade, foram implementados. O orçamento foi rigorosamente respeitado e nenhuma receita foi adiantada. Os salários permaneceram religiosamente em dia; as contas foram reescalonadas. E tudo isso teve como base receitas vindas da torcida: Avanti e bilheterias, que cresceram exponencialmente graças ao estabelecimento de um círculo virtuoso: bons times atraem torcida, que trazem dinheiro, que faz bons times.
Querem punir quem faz direito
A competência do Palmeiras em todo esse processo, para os torcedores de microfone na mão, precisa ser punida. Esse fair play que agora sugerem significa premiar quem gasta mais do que arrecada, alisar quem atrasa salários, resguardar quem não paga as marmitas, proteger quem ganha estádio sem esforço com verbas públicas e ainda larga na frente de todos com verbas de televisão abissalmente maiores que a dos outros clubes.
Fair play, na tradução literal, significa “jogo justo”. E tudo o que esses justiceiros querem é premiar as más práticas e a bagunça administrativa – algo que eles, ironicamente, tanto dizem desprezar nos clubes brasileiros.
Pois bastou que um clube aparecesse e fizesse tudo o que eles sempre sonharam para seus times preferidos para que a hipocrisia reinasse em frente às câmeras. O Palmeiras virou o ricaço malvado que oprime os pobrezinhos – e usam como argumento único apenas um dos pilares financeiros do clube, o patrocínio da Crefisa, cuja confiança só foi conquistada graças a toda a seriedade administrativa por que passa o clube. Para eles, caiu do céu e é injusto.
A grande mídia, cheia de torcedores irresponsáveis sob os holofotes, não tem pudores em desinformar, distorcer e confundir. A sugestão de estabelecer teto de gastos é um gesto desesperado, patético, merecedor de todo o desprezo. Seria muito mais digno reconhecer a excelência implementada no Palmeiras, que é fruto de aperto no cinto, períodos de muito sofrimento e muito trabalho, e cobrar isso de seus clubes preferidos, esses sim, os verdadeiros vilões que sangram cofres públicos, recebem mais dinheiro que os outros das TVs, gastam mais do que arrecadam , adiantam receitas, atrasam salários e não pagam marmitas.
Se querem mesmo instalar um fair play financeiro como na Europa, que cobrem da CBF regras mais rígidas e justas de distribuição da renda da TV. Que clamem por responsabilidade fiscal das administrações dos clubes. Que exijam punições rigorosas para quem deixa jogadores sem receber salários e não paga seus impostos e seus fornecedores. Se tem um clube que seria aprovado em todas essas práticas, se tem um clube que joga justo financeiramente e merece todo o sucesso que vem alcançando, ele se chama SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS.
O Verdazzo é um projeto de independência da mídia tradicional patrocinado pela torcida do Palmeiras.
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