As vaias no Allianz Parque e o beicinho de Deyverson

Palmeiras 5x1 Sport
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O primeiro tempo do Palmeiras contra o Sport foi muito ruim. Sem alma, o time de Alberto Valentim fez o que de pior se pode fazer para irritar nossa torcida: viraram onze Wesleys – ironicamente, o original, que dá nome à escala de vaias do Allianz Parque, estava do lado de fora do campo, com a camisa do adversário.

Onze, não: dez, já que Fernando Prass fez pelo menos meia dúzia de defesas sensacionais, mantendo o 0 a 0 no placar até o fim do primeiro tempo.

Na saída para o vestiário, o time ouviu uma sonora vaia – grau 6,5 na escala Wesley. Esperava-se que o Palmeiras voltasse diferente para o segundo tempo. Mas quem mudou a atitude, estranhamente, foi o Sport. Em vez de manter o que estava dando certo, o time, sentindo a pressão da péssima posição na tabela, se desesperou e abriu toda sua defesa para tentar forçar a marcação do primeiro gol. O Palmeiras, sem qualquer brilho, começou naturalmente a construir chances de marcar.

Mas o 0 a 0 no placar permanecia e a irritação da torcida só aumentava. Aos seis minutos, Deyverson foi lançado em boas condições para sair na cara de Magrão, mas ao disparar para receber a bola lá na frente, fez a rota errada e a bola bateu em suas costas. Vaia de grau 7.

Dois minutos depois, ele foi lançado pelo meio, dominou, colocou na frente, cara a cara com Magrão, e tocou no cantinho esquerdo, tirando do goleiro. Se ele tocasse um pouquinho mais para o meio, Magrão defenderia. A bola saiu a um fio de cabelo da trave. O estádio meteu uma vaia de grau 9 sobre o atacante, que havia marcado dois gols na partida anterior – o que não fez a menor diferença naquele momento. Talvez ele pudesse ter batido no canto direito, mas ele é apenas o Deyverson, não o Gabriel Jesus.

A meu lado, um jornalista palmeirense, sem o replay para conferir a jogada, cuspiu marimbondos. Com a chance de poder conferir pelo notebook a repetição da jogada, tentei argumentar dizendo que ele fez certinho, que a bola saiu por muito pouco, mas não adiantou. “Pra que serve essa perna esquerda dele?”, perguntava indignado.

Deyverson
Fernando Dantas/Gazeta Press

Dois minutos depois, Deyverson recebeu um passe preciso de Dudu e escorou, de pé esquerdo, para as redes de Magrão, no mesmo cantinho que havia falhado na jogada anterior. Olhei para o lado e perguntei sorrindo para o colega, já sabendo a resposta: “foi de pé esquerdo, né?”

Na comemoração, Deyverson acusou a pressão. Fez bico, chorou. Talvez tenha ficado magoado com a ingratidão da torcida, já que havia sido o carrasco do Flamengo cinco dias antes. Talvez tenha se assustado com o tamanho da vaia que recebeu, já que seu erro não foi para tanto. Ele sentiu na pele o que é ser centroavante do Palmeiras, algo que já havia demonstrado na coletiva de apresentação, quando também aflorou seus sentimentos só de vestir a camisa numa sala de imprensa.

Deyverson
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Depois de tirar o peso das costas, ele ainda fez o terceiro gol – de perna esquerda mais uma vez, para minha extrema diversão – e já se soltou um pouco mais na comemoração, pulando unha-na-mula em Keno, batendo o cumprimento que inventou com Michel Bastos e fazendo coraçãozinho. E só não fez o quarto porque Dudu foi fominha.

Certamente ele foi abordado no vestiário pelos mais experientes. Na zona mista, falou como quem tinha acabado de sair de uma sessão de media training: não estava chateado com a torcida, jamais retrucaria a arquibancada, apenas estava chateado consigo mesmo por ter perdido o gol. Nem a vó dele acreditou, mas foi a coisa certa a dizer.

Nossa torcida é assim mesmo. Quando o time joga como um bando de lesmas, como foi no primeiro tempo na noite de ontem, a ira toma conta – e sabemos como isso cresce a cada toque errado na bola. Começa com aquele 1% de descontrolados que adoram dar urros enfurecidos em direção ao gramado, mesmo sabendo que não serão ouvidos, mas que contagiam quem está ao redor. Quatro ou cinco erros depois, já são 10%, que aos berros, fazem um barulho considerável. Uma onda irracional, fora de controle, que os jogadores precisam saber como processar para transformar em combustível para sair do estado de leseira.

Deyverson
Fernando Dantas/Gazeta Press

Deyverson parece ser um bom menino e pode ser um reserva útil para nosso ataque por uns bons anos. Jogador não é máquina; tem sentimentos e não é pecado demonstrá-los – desde que isso não afete o rendimento em campo. Não se abater com vaias no Allianz Parque é básico para quem quer vencer com esta camisa – e elas vão acontecer. Não se virar contra a torcida é mais básico ainda – e ele passou muito perto de fazer isso após fazer o primeiro gol. Teve mais sorte que juízo, mas depois foi bem orientado no vestiário. Caso realmente queira ter uma carreira longa no Palmeiras, é bom que tenha aprendido a lição.

Por que o Palmeiras precisa manter Alexandre Mattos

Alexandre Mattos
Cesar Greco / Ag.Palmeiras

Um dos assuntos mais quentes dos bastidores palmeirenses nas últimas semanas diz respeito ao diretor de futebol Alexandre Mattos.

Muito se contesta sua atuação à frente do Departamento de Futebol Profissional, apegando-se aos valores gastos pelo clube, sobretudo este ano.

Para que este post não vire uma grande conversa de boteco, listaremos a seqüência de fatos e valores envolvidos.

As contratações têm um contexto, necessários para que se analise a atuação do profissional de forma séria.

Ciclo 2014-2015

Elenco 2014Mattos foi contratado e herdou um elenco tenebroso, como veremos mais à frente.

Trabalhou intensamente para reconstruí-lo, considerando todos os jogadores a manter e a dispensar – e realocando todos os que não serviriam.

Nesse período foi-lhe colada na testa a fama de monstro contratador e gastão.

Deem uma rápida olhada nos jogadores que Mattos tinha à disposição em dezembro de 2014 para servir de base para a temporada de 2015. Prepare o antiácido.

GOLEIROS
  • Bruno
  • Deola
  • Fernando Prass
  • Jaílson
  • Raphael Alemão
  • Fábio
LATERAIS
  • Ayrton
  • Fernandinho
  • Juninho Pampers
  • Marcelo Oliveira
  • Paulo Henrique
  • Weldinho
  • Bruno Oliveira
  • João Pedro
  • Victor Luís
ZAGUEIROS
  • Lúcio
  • Tiago Alves
  • Victorino
  • Wellington
  • Luiz Gustavo
  • Nathan
  • Thiago Martins
  • Tobio
VOLANTES
  • Eguren
  • Tinga
  • Washington
  • Wendel
  • Wesley
  • Bruninho
  • Gabriel Dias
  • João Denoni
  • Renato
MEIAS
  • Bernardo
  • Bruno César
  • Felipe Menezes
  • Mazinho
  • Mendieta
  • Valdívia
  • Allione
  • Tiago Real
  • Juninho Silva
  • Patrick Vieira
  • Diego Souza Xavier
ATACANTES
  • Cristaldo
  • Diogo
  • Henrique Ceifador
  • Maikon Leite
  • Leandro
  • Luan Ambicanhoto
  • Mouche
  • Rodolfo
  • Vinishow
  • Gabriel Leite

Destes 53 jogadores, apenas sete permaneceram no elenco de 2015. Dezenove foram imediatamente dispensados e o restante foi sendo emprestado e/ou liberados aos finais dos contratos.

Mattos - apresentaçãoVieram, em princípio: Alan Patrick, Amaral, Andrei Girotto (0,19), Arouca, Dudu (9,94), Gabriel, Jackson, João Paulo, Kelvin, Leandro Pereira (4,88), Lucas, Rafael Marques (3,17), Robinho (3,15), Ryder, Victor Ramos, Vítor Hugo (6) e Zé Roberto. Com o tempo, mais jogadores foram incorporados ao elenco, como Aranha, Cleiton Xavier, Egídio, Alecsandro, Fellype Gabriel, Leandro Almeida (3), Barrios (7,3) e Thiago Santos (0,74). E o time foi campeão da Copa do Brasil.

Os valores entre parênteses são os valores pagos, em milhões de reais; os outros vieram sem custos. O total gasto nas transferências foi de R$ 38,4 milhões.

Ciclo 2015-2016

Dois jogadores foram dispensados no segundo semestre de 2015: Alan Patrick e Leandro Pereira, que deixou R$14,21 milhões no caixa, diminuindo sensivelmente o saldo negativo nos investimentos. Seis foram dispensados logo após a conquista da Copa do Brasil: Jackson, João Paulo, Kelvin, Aranha, Andrei Girotto, Ryder e Victor Ramos. Outros quatro foram emprestados nos primeiros meses do ano (Amaral, Lucas, Robinho e Leandro Almeida). Nos livramos de Fellype Gabriel em abril e Cristaldo foi vendido em junho.

Palmeiras Campeão Brasileiro 2016Essas 14 saídas foram repostas pelas chegadas de Edu Dracena, Erik (12,74), Jean (7,7), Moisés (4,25), Régis, Rodrigo, Roger Carvalho, Vágner, Fabrício, Roger Guedes (2,1), Fabiano (2), Mina (12,63) e Tchê Tchê. Leandro Pereira voltou da Bélgica, desta vez emprestado, e fez seus gols na campanha do Brasileirão. O valor investido foi de R$ 41,42 milhões.

Sob o comando de Cuca, o time conquistou o eneacampeonato brasileiro.

Ciclo 2016-2017

Treze jogadores deixaram o Palmeiras entre o fim de 2016 e os primeiros meses do ano: Gabriel Jesus (73,6), Gabriel, Cleiton Xavier, Barrios, Rafael Marques, Vítor Hugo (15,4), Régis, Rodrigo, Roger Carvalho, Vágner, Fabrício, Leandro Pereira e Alecsandro. Para repor suas saídas, nove jogadores chegaram entre dezembro e fevereiro, e aqui o valor investido foi realmente alto: Hyoran (7), Keno (2,99), Raphael Veiga (4,58), Michel Bastos, Antônio Carlos, Felipe Melo, Guerra (11,7), Willian e Borja (32,8).

Vitória 3x1 Palmeiras
Mauricia Mata/ECV

Com o passar do tempo e com a enorme pressão interna e externa por conquistas, mais jogadores reforçaram o elenco: Juninho (10,2), Luan (9,99), Mayke, Bruno Henrique (13) e Deyverson (18). O total investido nesta temporada foi de nada desprezíveis R$ 110,26 milhões.

Como negociador, Mattos é um monstro

Alexandre MattosA seqüência de fatos, do início ao fim, não deixa dúvidas: Alexandre Mattos, como negociador, é de longe o melhor profissional que existe no mercado brasileiro. Não existe ninguém com um radar tão bom e que ao mesmo tempo tenha um tino para fazer negócios.

Seu cartão de visitas foi logo no começo, quando chapelou nossos rivais e trouxe Dudu, que hoje é nosso capitão e artilheiro do Allianz Parque. Conseguiu fazer R$ 10 milhões com o Leandro Pereira e mais de R$ 9 milhões com o Vitor Hugo. Mas a balança comercial de um time não necessariamente precisa ser positiva.

O fluxo financeiro de um clube de futebol envolve entradas e saídas além da compra e venda de jogadores. Como saídas, além das despesas operacionais, temos a folha de pagamento. Como entradas, temos o dinheiro da televisão, do patrocínio, das premiações, do Avanti e das bilheterias, além das receitas geradas pelo marketing.

Clube não é banco e não precisa dar lucro. A soma das receitas deve estar equilibrada com a soma das despesas. E convenhamos, a soma das receitas é muito maior que as despesas operacionais e salários. Logo, não há problema algum se a balança comercial for negativa, desde que as outras receitas compensem o desequilíbrio. É assim que se monta um elenco forte.

Logo, apontar o valor gasto como argumento para depreciar o trabalho do diretor de futebol é um erro grosseiro. O valor gasto para reforçar o time este ano estava dentro do orçamento. Como disse Dudu, “o Palmeiras gastou porque tinha”. O que se pode questionar são os critérios para as contratações.

Contando os três ciclos, Mattos gastou R$ 190,05 milhões, contra R$ 103,21 milhões que entraram em nossos cofres – um saldo negativo de R$ 86,84 milhões. Mas não percam de vista que o atual elenco tem um valor técnico e patrimonial maciçamente maior do que o elenco que ele recebeu quando foi contratado. Se conseguir revender todos os jogadores do elenco atual pelo valor que comprou, R$ 162,36 milhões entrarão em nosso caixa – um lucro extraordinário, sobretudo se verificarmos que as contas do clube estão no azul. Esses jogadores são de qualidade superior, o valor investido neles não virou pó. Eles ainda poderão nos trazer títulos e um excelente valor na revenda.

Fazer negócios em futebol envolve risco. Tecnicamente, um Erik aqui é compensado por um Vitor Hugo ali. Um Deyverson cá é compensado por um Mina acolá. Leandro Almeida e Vagner deram errado? OK, mas ninguém dava nada por Moisés e Tchê Tchê. E o saldo segue sendo positivo, com dois títulos nacionais em três anos.

É monstro, mas às vezes exagera no tino comercial e na amizade

Mattos por vezes exagera no tino comercial e arrisca pesado sem que haja um planejamento para a evolução do valor dos ativos. Como diretor de futebol, ele deveria prever esse movimento, mas seus olhos brilham incontrolavelmente quando uma nova oportunidade de compra aparece.

No ano passado, Hyoran e Raphael Veiga eram grandes apostas que deveriam ter crescido em 2017 para estourarem em 2018. Eis que chegamos às portas da virada do ano e as especulações dão conta que o Palmeiras está em tratativas com Lucas Lima, cuja contratação, se confirmada, derrubaria qualquer argumentação em torno do investimento nos garotos, que tendem a ter o mesmo destino de Erik, fruto do ciclo anterior.

Uma nova especulação dá conta que o atacante David, do Vitória, está em vias de ser contratado por R$ 15 milhões. O garoto, de 22 anos, parece ser muito bom, mas ainda não tem cacife para competir com Keno ou Dudu, nem mesmo com Willian Bigode. Viria, no máximo, para ser reserva na posição, desbancando Erik e Roger Guedes. O valor especulado parece muito alto para alguém para ser apenas opção de banco. Parece mais lógico apostar no menino Artur, um ano mais novo, prata-da-casa que está emprestado e brilhando no Londrina.

Por fim, existe a preocupação com a concentração de negócios com um empresário em específico: Eduardo Uram, que usa o Tombense como fachada para seus negócios. É comum em qualquer ramo de negócio que se tenha a preferência por um fornecedor específico e não raro isso é um facilitador. No futebol, às vezes para que um negócio saia, é preciso trazer um “contrapeso” – o caso mais célebre foi a chegada de Jorge Mendonça ao Palmeiras, em 1976, que veio empurrado pelo Náutico num pacote que envolveu a compra do meia-atacante Vasconcelos. Hoje, poucos sabem que houve um Vasconcelos jogando no Palmeiras, mas todos sabem quem foi Jorge Mendonça.

Mesmo assim, a preferência por jogadores agenciados por esse profissional, diante do retorno oferecido, requer no mínimo um pouco mais de atenção. Ao mesmo tempo que essa amizade já rendeu ótimos negócios como Vitor Hugo e Willian Bigode, nos empurrou bombas claríssimas como Roger Carvalho e Andrei Girotto.

O buraco é mais em cima

Cuca conversa com Maurício Galiotte e Alexandre Mattos
César Greco / Ag.Palmeiras

Com o melhor profissional de compra e venda de jogadores à disposição, o Palmeiras fracassou este ano. Com duas mudanças no comando técnico, os jogadores que foram sendo comprados nem sempre foram a melhor opção para o treinador seguinte, e os investimentos acabaram não sendo bem aproveitados. Não é Mattos quem decide pela demissão dos treinadores, e sim o presidente, que parece ter o mesmo problema do antecessor e de todos os presidentes de todos os clubes: a crônica tendência de trocar o treinador, cedendo às pressões de torcedores e conselheiros.

Temos um presidente que este ano se preocupou muito mais com política do que com futebol. Ao preferir despachar do clube social e não da Academia, Mauricio Galiotte deixou o ambiente que envolve o elenco muito mais sujeito a turbulências. Tudo o que pode dar errado, sem a presença do pulso mais firme por perto, tende a acontecer.

Alexandre Mattos, ficou provado, não consegue administrar um ambiente como a Academia ao mesmo tempo que checa seu radar de jogadores e sua agenda de telefones. O episódio entre Felipe Melo e Cuca, provavelmente o fato mais nocivo ao clube no ano, provavelmente não teria acontecido com uma supervisão adequada. Mattos não é esse cara – ele pode até ter tido conhecimento do problema lá no início, mas não soube evitar que crescesse até que a bomba explodisse.

A quem interessa a fritura

Mustafá Contursi
Keiny Andrade/Folhapress

Até 2012, a diretoria de futebol profissional do Palmeiras foi tocada por amadores.  O clube começou a ficar para trás em relação aos rivais, amargou um rebaixamento, até que o profissionalismo, após 12 anos do fim da cogestão com a Parmalat, fosse reimplantado na Academia de Futebol.

Com o profissionalismo, muitas portas se fecham. As conversas de bastidor ficam restritas e poucas informações vazam. Assim, os egos de pessoas que vivem de disseminar “informações quentes” em seus grupos de Whatsapp passam fome.

Se fosse só a fofoca, o problema seria pequeno. Mas o profissionalismo, além de fechar portas, também tende a fechar torneiras. Comissões são uma praxe no mundo do futebol, mas precisam ser supervisionadas de perto. Um diretor bem remunerado tende a controlar esse fluxo bem – mas mesmo assim precisa de acompanhamento muito próximo da presidência. No amadorismo, essas comissões viram uma festa, sangrando as finanças do clube.

Por fim, a volta do amadorismo é um instrumento político bastante eficiente. Ao entregar a amadores funções importantes de uma potência como o Palmeiras, um grande cacique político do clube tende a fortificar seus alicerces políticos. Diretores remunerados atrapalham essas manobras e, por receberem salários, configuram um argumento que supostamente defenderia as finanças do clube – uma desavergonhada falácia.

São as pessoas com esses interesses que lutam pela demissão de Alexandre Mattos.

Mattos e BorjaUm profissional como Mattos precisa se manter focado só no que sabe fazer de melhor: comprar e vender. Para retomar o recente ciclo vencedor, o Palmeiras precisa reconstruir o ambiente de 2015/2016 na Academia de Futebol, com os olhos do presidente sempre próximos do time e de tudo o que envolve o elenco. As compras, por mais que aparentem ser um negócio de ocasião, precisam ser conduzidas com mão de ferro, e barradas se não forem congruentes com o projeto técnico da temporada.

Nenhum de nós gostaria de ter que concorrer no mercado com um time que tem Mattos como diretor de futebol. Mantê-lo aqui é mandatório para que o Palmeiras continue sendo o clube que dá as cartas no mercado. Basta mantê-lo sob forte supervisão.


Este post foi escrito com a ajuda indispensável da comunidade de padrinhos do Verdazzo, que colaborou com a pesquisa de valores e datas dos atletas comprados e vendidos no período.

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Podcast: Periscazzo (13/11/2017)

Tudo o que rolou antes, durante e depois do confronto contra o Flamengo no fim-de-semana. O jogo foi a coisa menos agitada de todas.

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Não gostamos de futebol; gostamos mesmo é do Verdão

Derby - Daronco
Cesar Greco / Ag.Palmeiras

O Campeonato Brasileiro de 2017 tende a terminar com mais um asterisco. Não será novidade: muitos Brasileirões já foram decididos de forma “não-convencional”, mesmo nos pontos corridos. De cabeça, sem forçar muito, podemos mencionar os títulos de 1974, 1978, 1986, 1995, 2005, 2008 e 2009 como direcionados por movimentações extra-campo. E se puxarmos pela memória, a lista certamente aumentará.

Sempre haverá quem alegue que isso é choro de perdedor. Pode até ser. Mas as evidências estão aí: o roubo de Héber Lopes no gol de Borja, ao melhor estilo Carlos Simon, seguido pela operação no Derby, num jogo decidido num pênalti inventado por Jô, que ele mesmo converteu – o atacante do SCCP nem deveria ter jogado, já que deveria ter sido expulso na rodada anterior ao chutar um adversário.

O futebol desperdiçou uma história espetacular

Heber Roberto LopesO Palmeiras vinha de uma desvantagem de 17 pontos na rodada 22, numa arrancada que tendia a zerar a diferença na rodada 32 e culminar com o decacampeonato. Houve quem dissesse que era por obra do “Esquema Crefisa” – os mesmos que lançaram falsas polêmicas nos dias que sucederam o Derby, para tirar o foco do escândalo. Desculpem, não somos burros; não queremos saber de polêmicas com Clayson, com Neto ou com Chico Lang, e sim que parem de nos roubar.

O fato é que o Palmeiras, mesmo com uma troca de técnico, havia engrenado e o futebol estava prestes a ganhar uma incrível história de virada e superação. Assim como a virada do Vasco na final da Mercosul de 2000 é um episódio grandioso da história do esporte, o título do Palmeiras em 2017 seria um evento a ser lembrado por gerações a fio.

Mas o futebol e seus meandros parecem mesmo é gostar de asteriscos e rejeitaram esse capítulo. Não foi permitido ao Palmeiras protagonizar mais uma trajetória espetacular. Azar do futebol.

É assim desde o início

Palestra Italia 1915O Palmeiras representa desde seu nascimento a resiliência, a resistência. Um clube que nasceu para congregar a imensa comunidade italiana em São Paulo, que se ressentia não apenas da saudade da pátria-mãe, mas também da rejeição que sofriam no novo país – numerosos, falavam seu próprio idioma enquanto eram usados como mão de obra barata nas plantações e indústrias, enquanto as outras comunidades de imigrantes, menos numerosas, se forçavam a aprender o português mais rapidamente.

Chamados pejorativamente de carcamanos, os italianinhos do Palestra Italia em pouco tempo passaram a dar bailes de bola em clubes de elite com muito mais tempo de atividade – e também no outro time de origem popular, o SCCP.

O Palestra nunca foi engolido. Foi combatido. Teve até que mudar de nome. Mas resistiu, e seguiu encantando, atraindo o amor não apenas dos oriundi, mas também de todos os brasileiros que, além de apreciar um futebol bem jogado, compreendiam o significado de entrar em campo envergando o uniforme verde e branco.

Com o tempo, os times da elite paulista minguaram diante da força popular nos campos. O Palestra e o SCCP passaram a comandar o esporte e a população passou a se dividir na preferência entre os dois clubes: de um lado, os italianos e seus amigos, de outro, o imenso balaio de gatos. O sujeito não escolhe torcer para o SCCP, ele é escolhido; na maioria das vezes, entra no embalo da maioria e aceita. Já o palmeirense, com raízes italianas ou não, na contra-corrente, recusa-se a ser apenas mais um na massa descerebrada e escolhe seu clube.

Segue a resistência

O Palmeiras continua sendo roubado, nos tiram campeonatos que já ganhamos e os que continuamos tentando ganhar; os campeonatos decididos por forças alheias às quatro linhas seguem surgindo, e mesmo assim o Palmeiras permanece sendo o maior campeão nacional.

O futebol, com sua irresistível atração por asteriscos, parece não gostar do Palmeiras. Não tem problema, nós também não gostamos tanto assim do futebol; gostamos mesmo é do Verdão. E vamos ganhar mais campeonatos nos próximos anos, sendo duas vezes melhor do que é preciso e passando por cima dos adversários, das arbitragens, das falsas polêmicas e dos asteriscos. VAMOS PALMEIRAS!


Verdazzo é patrocinado pela torcida do Palmeiras.

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Podcast: Periscazzo (06/11/2017)

O rescaldo do Derby no Periscazzo mais revoltado – e triste – de todos os tempos.

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