Em comunicado oficial, Palmeiras demonstra insatisfação com arbitragem de jogo contra o SPFC: “Fim da linha”

Em comunicado oficial, Palmeiras demonstra insatisfação com arbitragem de jogo contra o SPFC: “Fim da linha”.
Divulgação

Em carta assinada por Leila Pereira, a mandatária do Palmeiras repudiou as ações e as falas de Wilson Seneme, chefe de arbitragem da CBF

Na noite desta terça-feira, o Palmeiras emitiu um comunicado oficial assinado por Leila Pereira lamentando o erro de toda a equipe de arbitragem do duelo entre Palmeiras x SPFC, disputado quinta-feira passada pela Copa do Brasil, e também as ações de Wilson Seneme, chefe de arbitragem da CBF.

O clube pediu que a entidade fizesse a marcação da linha de impedimento no lance que originou o gol do SPFC e publicasse. Entretanto, Seneme, em entrevista ao Globoesporte.com, afirmou não ser mais possível traçar a linha, já que, de acordo com ele, “a máquina foi resetada”.

Quase dois dias após o jogo, a CBF divulgou os áudios da conversa entre o VAR (Emerson de Almeida Ferreira) e o juiz (Leandro Pedro Vuaden) do Choque-Rei, no qual ficou constatada que o árbitro de vídeo e seu assistente não seguiram o protocolo e não analisaram o posicionamento irregular de Calleri no início da jogada.

“Não resta mais qualquer dúvida de que houve erro de protocolo na arbitragem do jogo contra o São Paulo. Assim como não há qualquer dúvida de que o atleta da equipe adversária estava em posição de impedimento, algo que a tecnologia detecta com extrema facilidade. Em razão desses fatos inequívocos, podemos afirmar que o Palmeiras sofreu prejuízos esportivos e financeiros irreparáveis e de gravidade extrema”, enfatizou o comunicado do clube.

O Palmeiras enviou dois ofícios à CBF; um logo após o duelo, apontando o descontentamento com o pênalti assinalado por Leandro Vuaden; e o outro após a divulgação do áudio do VAR.

Confira o comunicado divulgado pelo Palmeiras na íntegra

Venho a público demonstrar a minha total indignação com o fatídico evento que culminou na desclassificação do Palmeiras da Copa do Brasil. Não é de hoje que o futebol brasileiro vem sofrendo com as mazelas da arbitragem, mas o Palmeiras entende que chegamos ao fim da linha.

Não resta mais qualquer dúvida de que houve erro de protocolo na arbitragem do jogo contra o São Paulo. Assim como não há qualquer dúvida de que o atleta da equipe adversária estava em posição de impedimento, algo que a tecnologia detecta com extrema facilidade.

Em razão desses fatos inequívocos, podemos afirmar que o Palmeiras sofreu prejuízos esportivos e financeiros irreparáveis e de gravidade extrema.

Aquilo que podia ser feito, o clube fez. Enviou um ofício à CBF ressaltando a gravidade dos fatos e um novo ofício ao tomar conhecimento do áudio do VAR.

Hoje, contudo, fomos surpreendidos com uma desastrada declaração do presidente da Comissão de Arbitragem, sr. Wilson Seneme, de que não seria possível checar o impedimento do atleta do São Paulo, conforme solicitamos, por ter sido a máquina “resetada”.

Não há mais medidas jurídicas que o Palmeiras possa tomar. Não houve erro de direito; houve, porém, irreparável e gravíssimo erro de fato.

A partir deste ponto, o Palmeiras deseja que este lamentável episódio tenha sido um divisor de águas na história da arbitragem no Brasil e pede que todos os envolvidos neste triste acontecimento sejam punidos de forma exemplar pela CBF, que tem também o dever de trabalhar pela profissionalização dos árbitros do país.

Desta vez, o prejudicado foi o Palmeiras. Se não houver uma drástica mudança, cada vez mais times serão lesados, com perdas inestimáveis. E com isso se esvai a credibilidade do nosso futebol, que já vem sendo questionada há muito tempo.

Imbuídos do sentimento coletivo que vem crescendo nos clubes, vamos buscar todos juntos a mudança. Somente assim, engrandeceremos e geraremos mais valor para o futebol brasileiro.

Leila Pereira

Leandro Vuaden não pode jamais apitar jogos do Palmeiras novamente

Leandro Vuaden
Cesar Greco

O Palmeiras volta a campo no próximo sábado, em partida válida pela penúltima rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. O Verdão receberá o Athletico-PR no Allianz Parque e a vitória é fundamental para que o clube permaneça forte na briga pelo título, já que o Atlético-MG tem seis pontos de vantagem na tabela e o Flamengo, por pontos perdidos, é o segundo colocado.

Para esta importante partida, a CBF escalou ninguém menos que Leandro Vuaden. De forma inacreditável, o árbitro mais nocivo ao Palmeiras, com quem nosso atual treinador, Abel Ferreira, já teve problemas sérios, volta a encontrar o clube numa partida grande.

O árbitro gaúcho, que surgiu no cenário nacional em 2008 com a fama de ser “juiz que deixa o jogo correr”, aos poucos mostrou-se um notório perseguidor do Palmeiras. O aproveitamento de pontos do Verdão em jogos comandados pelo árbitro gaúcho é de pífios 36,8%, desempenho de time pequeno. Para efeito de comparação, a média histórica de aproveitamento de pontos do Palmeiras desde julho de 2008, quando Vuaden apitou um jogo nosso pela primeira vez, é de 58,6%.

Ainda como parâmetro de comparação, podemos listar o desempenho do Palmeiras com os árbitros que mais apitaram jogos do Verdão no mesmo período – após julho de 2008 –  fazendo um recorte apenas com partidas de campeonatos relevantes (Libertadores, Brasileirão, Supercopa, Copa do Brasil e Sul-Americana):

JuizJVED%
Leandro Vuaden3810121636,84%
Wilton Pereira Sampaio31139951,61%
Anderson Daronco27156662,96%
Héber Roberto Lopes271051243,21%
Marcelo de Lima Henrique26165567,95%
Ricardo Marques Ribeiro2386943,48%
Sandro Meira Ricci *1884651,85%
Péricles Bassols Pegado Cortez *1674552,08%
Bráulio da Silva Machado1593366,67%
Dewson Fernando Freitas da Silva1572651,11%
Bruno Arleu de Araujo1466257,14%
Rafael Traci1484266,67%
André Luiz de Freitas Castro *1264261,11%
Jailson Macedo Freitas *1115524,24%
Leonardo Gaciba *1032536,67%
Wagner do Nascimento Magalhães1062266,67%
OBS – Árbitros da FPF foram excluídos desta amostra porque apitam, além dos clássicos, jogos contra times do interior, de força inexpressiva, o que poderia distorcer a comparação.

Notem que, dos árbitros com quem o Palmeiras tem maior dificuldade, assinalados em vermelho, dois já se aposentaram(*): o péssimo Jailson Macedo Freitas e o atual chefe da comissão de arbitragem, Leonardo Gaciba. Os outros, com exceção de Vuaden, Héber Roberto Lopes e Ricardo Marques Ribeiro, orbitam dentro de uma margem aceitável de aproveitamento.

Outra observação interessante é que Vuaden é, de longe, o árbitro mais escalado para jogos do Palmeiras nesse período, mesmo construindo um retrospecto tão nocivo ao clube. Ou, talvez, a expressão correta deva ser “porque construiu…”

Histórico de Leandro Vuaden não pode ser apenas coincidência

O histórico do árbitro gaúcho até poderia ser considerado apenas uma distorção estatística, uma enorme coincidência negativa. Mas os fatos que se desenrolaram no jogo em Brasília, que decidiu a Supercopa do Brasil contra o Flamengo, deveriam determinar de uma vez por todas o veto sumário do Palmeiras a Leandro Vuaden.

Na ocasião, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, reclamou com toda a razão da flagrante diferença de critérios para aplicar cartões amarelos na partida. O que poderia apenas serem erros técnicos deflagraram uma situação em que o árbitro deu-se o direito de excluir Abel da partida, ainda no primeiro tempo, alegando em súmula xingamentos, que nosso treinador negou peremptoriamente. Conhecendo nosso treinador como nós conhecemos, não é difícil duvidar do relato da súmula.

Vetar árbitros costuma ser uma atitude arriscada. Corporativista ao extremo, a classe costuma retaliar esse tipo de manifestação e o tiro muitas vezes sai pela culatra, com atuações danosas ao clube brotando seguidamente, de todos os árbitros, após um veto a um colega.

Mas diante do histórico, o Palmeiras precisa se posicionar, mesmo correndo esse risco. Ainda mais enquanto nosso técnico for Abel Ferreira. Chega a ser falta de respeito ter que submeter Abel ao constrangimento de ter que meramente trocar olhares com Vuaden.

Não é mais possível aturar Leandro Vuaden apitando nossas partidas. Não sabemos ao certo as razões de tamanha mágoa desse senhor com o Palmeiras, e isso nem é relevante. O fato é que os números apontam para uma tendência que se confirma com a malícia demonstrada no jogo de Brasília. Não pode ser apenas coincidência ou distorção estatística.

Leandro Vuaden não pode mais apitar jogos do Palmeiras, se o clube quiser continuar sendo respeitado. Aceitar esse árbitro novamente é topar ser motivo de chacota. Alguma atitude precisa ser tomada para defender nossos interesses, algo precisa ser feito.


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