Após o triunfo no Paraguai, Abel admitiu que jogo ficou facilitado depois da expulsão do jogador do Cerro Porteño
Com um jogador a mais desde o início do jogo, o Palmeiras venceu o Cerro Porteño por 3 a 0 e deixou encaminhada a classificação às oitavas-de-final da Libertadores. Na entrevista pós-jogo, o técnico Abel Ferreira citou a expulsão do atleta adversário como fator importante para o triunfo palmeirense e viu o resultado final como justo.
“O jogo ficou do nosso jeito depois da expulsão do jogador adversário. Era uma partida que se previa difícil. Com mais um, acho que podíamos ter resolvido na primeira parte. Deveríamos, pelas oportunidades que criamos ir pro intervalo com uma vantagem maior. Na segunda parte, com calma, na nossa forma de atacar e defender, subindo o Veiga para não deixar eles gostarem do jogo, fizemos mais gols. Foi uma vitória justa, mas facilitada pela expulsão”, disse o treinador.
Com a vitória, o Palmeiras chegou a 14 jogos de invencibilidade na temporada e é o clube da Série A do Brasileirão há mais tempo sem perder. Para o técnico Abel Ferreira, no entanto, este dado não é tão importante e a derrota para o Athletico-PR na semifinal da Libertadores do ano passado é um exemplo.
“O futebol é mágico. Ano passado, perdemos uma vez na Libertadores e ficamos fora da final. Uma derrota só e caímos. Futebol é isso. Eu não faço julgamentos depois do resultado acontecer, tenho que imaginar antes. Porque depois no final é fácil dizer quem jogou bem, jogou mal, quem devia ter entrado. Tenho que ver as coisas antes e elas têm que fazer sentido para mim, depois aceito o resultado que for. É consequência do trabalho”, comentou.
“A galera quer fazer do futebol uma ciência exata, e não é. O futebol tem vida própria, com momentos que são aleatórios. Hoje, ficou favorável a nós porque houve uma expulsão. Isso não está no meu plano de jogo. Não há nada e nem ninguém que nos impeça de dar o nosso melhor. Depois, aceitamos o resultado. Se perder, siga”, complementou.
O treinador comentou também sobre o gol marcado por Rony, que voltou a balançar as redes após 11 partidas.
“O Rony, como todos atacantes, tem momentos. Às vezes está inspirado; em outros momentos, não, como aquele gol perdido. Se eu estivesse no treino, daria uma bronca, com carinho. Mas ele trabalha muito e eu falei com ele. Às vezes, na nossa vida, andamos à procura de desculpas. Quando as coisas não estão bem, focamos a atenção para algo de fora, não dentro de nós”, disse.
“Hoje de manhã fiz uma pergunta a ele. Perguntei se ele estava a fazer tudo e disse para não se preocupar com o que se passava. Eu não quero o Rony Rústico, quero o Guerreiro, os gols saem de forma natural. Ficamos felizes por ele, da forma que os colegas comemoraram”, acrescentou.
O Palmeiras chegou aos 9 pontos na Libertadores e divide a liderança do Grupo C com o Bolívar. A equipe volta a campo na competição no dia 7 de junho para encarar o Barcelona-EQU, no Allianz Parque.
Confira outros trechos da coletiva de Abel Ferreira
– Artur, Dudu e Rony
“O Rony, claramente, é um centroavante de atacar em profundidade. Ele estica a equipe. Quando jogamos contra adversários que fecham, que tem pegada, para criarmos o espaço entre as linhas, temos que ter esses jogadores que corram para espaçar. Ou para receber a bola mais longa, ou jogando entre linhas, que abre o adversário mesmo sem receber a bola, para que ela chegue ao Veiga, para depois assistir os pontas”.
“O Artur é semelhante ao Dudu, desequilibram. Corre com e sem bola para a área. Por isso faz mais gols. Uma das características dele é essa, quando a bola está do lado contrário, aparece como segundo centroavante. É o que pedimos para o Dudu também. Para além de ter essas virtudes ofensivas, tem o caráter de reconhecer o compromisso coletivo, ajudar o lateral a defender. O Dudu vocês conhecem. Queremos que ele traduza seus dribles em gols e cruzamentos. Está muito melhor no compromisso defensivo”.
– Encontro com Amancio, ídolo do Penafiel
“Passados trinta anos, consegui conhecer ele pessoalmente. Eu era gandula à época que ele jogava. Ele era centroavante, paraguaio, baixinho. Começou a fazer gols e virou ídolo da minha cidade, Penafiel. Foi um prazer tirar foto com ele, com as filhas, as netas. Pela primeira vez tive essa oportunidade. Todos os meus amigos de Penafiel me ligaram falando dessa foto com o Amancio. Era um ídolo meu de infância”.