Abel Ferreira viu a classificação como merecida e apenas lamentou a falta de efetividade
Após a classificação do Palmeiras para as quartas de final da Libertadores, o técnico Abel Ferreira foi só elogios para os jogadores na entrevista coletiva. O treinador ressaltou a qualidade defensiva da equipe, o caráter e a coragem dos atletas.
“Falo com os jogadores que defender tem a ver com caráter e compromisso. E atacar tem a ver com organização. A missão principal do treinador é ensinar aos jogadores o jogo, a tática, que é responsabilidade só do técnico. A técnica e o físico são dos jogadores; o mental é 50/50. Eles passam muito mais minutos em campo sem a bola e eles têm que saber bem correr sem a bola”, iniciou.
“A equipe esteve muito bem, apesar de ter sido um jogo equilibrado e difícil, tivemos muito mais oportunidades que o nosso adversário. Eles tiveram só uma e não lembro de o Weverton fazer outra defesa. Nós podíamos ter ido ao intervalo com a eliminatória resolvida. Mas o que fica aqui é o grande caráter dos jogadores, que conseguiram jogar pressionados, e a coragem de sempre buscar o gol, não abdicar do jogo. A única coisa que faltou hoje foi o gol”, complementou.
O treinador também esmiuçou a função dada a Raphael Veiga no jogo para que o Palmeiras conseguisse criar vantagens e oportunidades de gol.
“O Veiga sofreu uma marcação individual e não é porque não pegou tanto na bola que não jogou bem. Às vezes ficar quieto é jogar bem, igual na Dama: é preciso dar uma peça para comer, para depois comer duas. Fechamos o Otávio com o Veiga e pedi para ele ficar posicionado no meio, não precisava correr muito e isso libertava o Zé”, explicou.
“Com o Veiga marcado e o Hyoran ajudando o Hulk na frente, o Zé ficaria livre e gerava jogo, podia receber do Murilo e acionar o Dudu, o Veiga ou o Menino, porque aí o Otávio precisaria escolher um para marcar depois. O Battaglia estava mais posicionado e nós mandamos o Menino vir ao corredor direito para sair dessa marcação individual. Estudamos bem o adversário. No segundo tempo encostamos o Dudu mais na ponta para gerar jogo por dentro ao Piquerez, com o Rony lá na frente”, complementou.
Classificado, o Palmeiras terá pela frente o Deportivo Pereira, da Colômbia, nas quartas de final. O primeiro jogo acontece na casa do adversário, enquanto a volta será no Allianz Parque. Será a primeira vez que as equipes vão se enfrentar na história.
Confira outras respostas de Abel Ferreira
– Zé Rafael
“Temos um ‘5’ top, que é o Zé Rafael. Queríamos outro igual a ele para jogar naquela função, mas acho que vai ser difícil encontrar alguém igual porque ele está impossível, um monstro, uma máquina. Só espero que o joelho dele esteja firme, porque hoje jogou a 70% daquilo que pode. Ele se tornou um camisa 5 nota 10. Top o que ele fez no jogo”.
– Vantagem física no duelo
“Nós tínhamos uma vantagem física, eles tiveram só dois dias de recuperação e eu não acho justo isso, é algo que já aconteceu com a gente no passado. E esse jogo começou a ser ganho contra o Fluminense, no sábado. Com a quantidade de jogos que há, não há outra forma, temos de rodar a equipe. Mais uma vez mostramos que, quando estamos todos juntos, recuperados, frescos física e mentalmente, somos extremamente competitivos”.
– Momento de instabilidade e aposta na base
“Todas as equipes têm altos e baixos. Ficamos em primeiro no nosso grupo da Libertadores e na classificação geral. Há matéria-prima aqui dentro. Está muito claro a filosofia do clube, acho que vocês [a imprensa] não entendem e não altero nenhuma vírgula do que disse em janeiro sobre os jogadores que precisávamos. Foram 9 jogadores embora e entraram dois de fora, o resto buscamos da formação porque acreditamos neles. Temos que ter paciência. Os que entraram hoje foram muito bem, o Fabinho foi bem. Não posso garantir que todos ficarão no clube, depende do rendimento, mas nós vamos dar as oportunidades no tempo certo. Temos o Kevin vindo e muitos já o querem em campo, mas para ele jogar precisa sair o Dudu. Só podem começar 11 e entrar 5”.