Após empate no Choque-Rei, Abel analisa confronto e cobra a diretoria: “Quero jogadores prontos”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o SPFC, durante partida válida pela terceira rodada do Paulistão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/By Canon

Abel também fez duras críticas ao posicionamento da diretoria em relação aos bastidores do futebol

Pelo segundo jogo consecutivo no Allianz Parque, o Palmeiras não saiu do zero no placar e empatou sem gols com o SPFC. Para o técnico Abel Ferreira, um dos motivos pelo resultado foi a junção da ansiedade em chegar rápido ao gol adversário e a falta de paciência para achar melhor os espaços.

“Enfrentamos um adversário muito bem treinado, que nos bloqueou bem. Mas isso nos obriga a ser melhores. Foi um jogo disputado, tivemos algumas falhas de execução, o que é normal para o início da temporada”, iniciou o comandante.

“Somos uma equipe vertical quando roubamos a bola, mas no momento em que estamos construindo vindo de trás, temos que circular mais a bola. Atacar com mais paciência, utilizar a posse como ferramenta para desequilibrar o adversário. Tivemos alguns erros não forçados porque queríamos rapidamente chegar ao gol adversário, mesmo com eles bem posicionados. Não podemos ter a mesma velocidade no ataque posicional igual temos na transição, até porque hoje [domingo] estava muito calor”, complementou.

Ainda sobre a partida, o treinador falou do posicionamento de Rony, que com a ascensão de Endrick voltou a jogar aberto. “É uma posição que ele conhece e não importa se joga na esquerda ou na direita ele chega na área, como mais um centroavante. As dinâmicas estão lá e ele faz muito bem todas as posições. A inversão de lado entre o Dudu e o Rony para esse jogo teve a ver com o tipo de cruzamento que queríamos”.

Abel cobra diretoria do Palmeiras

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o SPFC, durante partida válida pela terceira rodada do Paulistão 2023, no Allianz Parque.
Cesar Greco/Palmeiras/By Canon

Além de analisar o Choque-Rei, Abel Ferreira também fez cobranças públicas à diretoria palmeirense, principalmente pela forma em que o clube age nos bastidores.

“Nosso clube tem algo que não sei se é bom ou ruim, mas não reclama publicamente, é sempre por e-mail. Não pode ser. Treinador treina, jogador joga e direção precisa dirigir. Dirigir é se posicionar. Não pode ser só mandar e-mail. Pedimos que esse jogo [contra o SPFC] e o próximo tivesse intervalo de três dias, mas a resposta foi não porque o horário nobre é domingo às 16h. Então, por que a Supercopa não é domingo às 16h? Preciso que me expliquem qual é o horário nobre. Quem gosta de futebol, vai ver a qualquer hora e em qualquer lugar. Temos que ser coerentes”, disse.

Ao ser questionado sobre as críticas da torcida à diretoria pela falta de contratação, o treinador ponderou que o Palmeiras vem seguindo os processos de maneira correta, mas voltou a afirmar que quer jogadores que cheguem prontos para jogar.

“Eu acho que já demos provas que seguiremos o nosso caminho, com trovão e chuva. Estamos conseguindo endireitar o clube em todos os aspectos. O clube está se esforçando para trazer jogadores. Não quero usar erros do passado. Quero jogadores prontos, que façam a diferença, não para formar. Para formar eu tenho a base e jogam os moleques”, declarou.

“Não precisa ter o aval do técnico. Não contratamos para o treinador. Contratamos para o clube. Tem o aval da presidente, do diretor e do scouting. Tem o aval de todo mundo. Se é para trazer com potencial, vamos dar chance à base. Quero pronto. Sei que o clube está trabalhando, se esforçando”, acrescentou Abel, que finalizou falando da ansiedade da torcida por novos jogadores.

“Fiquem calmos e tranquilos. Não consigo entender a ansiedade de fora. Veem clubes como Liverpool. Não ganhou nada no ano passado com os mesmos jogadores e treinadores. Não vamos ganhar sempre. Gostamos de filé mignon, mas também precisamos comer coxinha de frango. Estamos seguindo o caminho da estabilidade, organização e competência para não cometer erros do passado. Precisamos ser criteriosos. Não pode ser plano C. O plano C demanda tempo que futebol não tem. Futebol é resultado. Aqui é rendimento”, concluiu.

Confira outros trechos da entrevista coletiva

– Como o Palmeiras chega fisicamente para a Supercopa do Brasil

“Vamos chegar o mais forte possível. É um jogo diferente, no qual muitas vezes o lado mental supera a falta de ritmo. Não sei se irá poupar a equipe [na quarta-feira]. É pensar jogo a jogo e ver como será a recuperação dos jogadores”.

Pedro Lima e Kevin

“Na pré-temporada nós utilizamos alguns meninos do Sub-17, o Vitor Reis, Uberaba e o Riquelme Fillipi, mas por quê? Poderíamos ter trazido o Kevin, o Pedro Lima ou o Michel, mas nós, juntamente com a coordenação da base, decidimos trazer alguns mais novos para a equipe ficar forte na Copinha. Eles poderiam estar aqui, o Pedro Lima poderia ter feito a pré-temporada conosco, assim como o Kevin. Eles têm potencial e terão suas chances, mas, não só eles, como todos da base precisam de tempo e também conquistar as vagas, assim como fez o Endrick e o Vanderlan”.

Giovani e Fabinho

“Às vezes passamos para fora a informação que o clube quer. Os dois jogadores tiveram problemas físicos e estavam indisponíveis, não podiam ser relacionados. O Giovani ficou quase o ano inteiro passado parado. É diferente treinar com os garotos do Sub-20 do que com o Gómez, Murilo ou o Zé Rafael. A intensidade aumenta. Minhas opções são sempre pensando no melhor para o Palmeiras”.

Deixe uma resposta