Abel explica saída de Endrick, formação com 4 laterais e dispara contra CBF: “É uma vergonha”

Abel Ferreira em jogo do Palmeiras contra o Internacional, durante partida válida pela trigésima quarta rodada do Brasileirão 2023, na Arena Barueri.
Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Abel reclamou bastante da sequência de jogos em poucos dias; Palmeiras para por 15 dias agora devido à data Fifa

Assuntos não faltaram na coletiva de Abel Ferreira após a vitória do Palmeiras sobre o Internacional por 3 a 0, que levou o time à liderança provisória do Campeonato Brasileiro.

Sobre a partida, o treinador explicou a entrada de Vanderlan, que fez o time jogar com quatro laterais ao mesmo tempo, e a saída de Endrick.

“A pergunta certa é o que eu queria colocando o Vanderlan. Era verticalidade. Queria a bola para frente, não quero um jogador que joga a bola para trás, que é o que faz a maioria dos times brasileiros, jogam para trás e para o lado. Eu quero verticalidade, fazer gols. E quando nós perdemos isso, como foi o último jogo, vemos o que fizemos, corrigimos e seguimos em frente”, disse o treinador. Vanderlan fez uma linda jogada individual para o gol de Rony, o terceiro do Verdão.

“Enquanto ele [Endrick] tem energia, nós o deixamos lá dentro [de campo]. Nós jogamos oito partidas seguidas com dois ou três dias de descanso entre eles. O aparelho que fica nas costas dos jogadores é para medir o quanto eles correm e a velocidade. Quando um carro está perdendo rendimento, é a hora de trocar. Ele foi espetacular, fez o que tinha de fazer, estamos muito contentes com ele. Tem nos ajudado muito, é especial”, complementou.

Ainda sobre as estratégias do time em campo, Abel comentou as formas que o Palmeiras tem de agredir os adversários.

“Quando falo em verticalidade, é no momento em que roubamos a bola. Aí, em três ou quatro passes precisamos estar à frente para fazer os gols. É o comportamento da equipe quando ganha a bola. A primeira coisa que precisamos fazer na transição ofensiva é olhar para frente. Se neste momento, não tivermos a condição de atacar, passamos para outro processo, que é o ataque organizado, circulação de bola para mexer o adversário e ganhar espaços na linha defensiva adversária e fazer gols. Essas são duas formas. A outra são os esquemas táticos e, por último, é a qualidade dos jogadores”, explicou.

“A palavra que define esta equipe é equilíbrio. Equilíbrio quando ganhamos ou perdemos; equilíbrio quando estamos atacando ou defendo. É a palavra que eu definiria essa equipe”, acrescentou.

“Uma vergonha”, diz Abel sobre organização do calendário

Abel Ferreira criticou duramente (novamente) o calendário do futebol brasileiro. O treinador comentou sobre a sequência de jogos do Palmeiras desde a última data Fifa e disparou contra a CBF. Contra o Internacional, o Palmeiras perdeu Luan por lesão muscular.

“Não sei que lesão ele [Luan] teve. O que eu quero dizer é que é uma vergonha a CBF deixar de fazer oito jogos seguidos com dois dias de descanso entre as partidas. Isto é uma vergonha, é insano. Hoje lesionou o Luan, o Inter também teve atletas lesionados. Será que isso não faz as pessoas refletirem. É uma vergonha que fazem com os jogadores brasileiros. Felizmente temos um núcleo de saúde e performance absolutamente extraordinário. Isso tem que nos fazer refletir. Enquanto eu estiver no Brasil, no Palmeiras, vão me ouvir a sempre dizer isso. Tudo que eu falo é com apenas uma única intenção: fazer o futebol no Brasil melhor”, disse.

“Vocês da imprensa têm um papel fundamental nisso [em cobrar]. Quem comanda ainda não ouviu. E, se for preciso trocar quem manda, troquem. Para que as decisões sejam melhores”, concluiu.

Arena Barueri em debate

Assim como fez no pós-jogo da partida contra o Athletico-PR, Abel Ferreira voltou a mostrar descontentamento com o fato de o Palmeiras jogar na Arena Barueri. O treinador foi direto ao falar sobre a importância de atuar no Allianz Parque.

“Uma equipe como a nossa, que luta para ser campeão Brasileiro, merecia o estádio cheio. E nós nem no nosso estádio estamos a jogar. Depois de tudo que sofremos e fomos criticados, estamos aqui. Não sei se vamos ganhar o título, não prometo título, prometo é dar o melhor do que sei para ajudar os jogadores. Agradeço aos torcedores que estiveram aqui hoje, se deslocaram para vir. Esses são os que acreditam. Não estou dando recado a ninguém. Tenho muito orgulho dessa equipe, eles fazem o que pode”, disse.

“O que eu quero é jogar no Allianz Parque. É lá a nossa casa. Agora, o que se tem de fazer [para que o Palmeiras jogue em sua arena] não é problema meu. A mim pede para ganhar jogos e títulos. Que a direção ou a WTorre, não me interessa quem, faça de tudo. Quero jogar no Allianz Parque. Tem que montar o palco [de shows] mais cedo ou mais tarde, não sei… Mas a nossa casa não é aqui, é no Allianz Parque”, finalizou.

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