Lucas Lima: o ex-inimigo terá o maior desafio de sua carreira

Lucas Lima e Matheus Sales
César Greco/Ag.Palmeiras

O meia Lucas Lima acaba de ser anunciado como reforço do Palmeiras para 2018. Com exceção aos valores de praxe referentes a luvas, o jogador vem sem custos para o clube, já que seu contrato com o Santos chegou ao fim.

O atleta tem 27 anos e firmou vínculo com o Verdão até o fim de 2022. Antes de um 2017 fraco, viveu seu auge técnico (até agora) entre 2015 e 2016, quando foi o maior responsável por levar um modesto time do Santos a disputar títulos – dois deles vencidos pelo Palmeiras.

Agora do lado certo da disputa, o meia teve como primeiro destaque na carreira a campanha na Série B pelo Sport, em 2013 – o Palmeiras chegou a fazer investidas pelo jogador ao final do ano, mas as tratativas não avançaram.

Durante o tempo em que defendeu o pequeno time praiano, Lucas Lima mostrou seu humor nas redes sociais, abraçando a ocasional rivalidade entre Santos e Palmeiras. As tiradas, é claro, não foram bem recebidas por nossa torcida, o que tende a ser um obstáculo a mais para o atleta em seus primeiros meses envergando nossas cores – certamente o maior desafio de sua carreira.

Ex-inimigo

Viola
Paulo Pinto/AE

A História é pródiga em casos de jogadores odiados por torcidas que acabaram tendo que acolhê-los em seus próprios clubes – alguns funcionaram bem, outros nem tanto. Em todos os casos em que o movimento deu certo, o fator determinante foi o desempenho do atleta em campo.

No Palmeiras, os casos mais emblemáticos foram Müller e Viola. Ambos tiveram passagens rápidas pelo Verdão mas conseguiram superar a resistência da torcida jogando muito bem. Viola hoje pode passar pela torcida do Palmeiras em volta do estádio sem problemas. Já Müller, como preferiu sair do clube pela porta dos fundos, reconquistou o chamado “carinho da torcida”.

O sucesso de Lucas Lima no Verdão está em seus pés. Se jogar bola, a torcida rapidamente esquecerá suas gracinhas nas redes sociais. Será mais fácil, sem dúvidas, se houver um pequeno esforço das arquibancadas nos primeiros jogos, onde ele vai se adaptar ao novo time e tende a render menos.

O Palmeiras é maior que tudo e, mais do que emoção, devemos mostrar maturidade nesses momentos. A birra pessoal que cada um de nós pode ter com Lucas Lima deve ser colocada em segundo plano enquanto ele estiver a nosso serviço. Enquanto estiver vestindo nossa camisa e derramando suor, será merecedor de todo o apoio.

Elenco quase pronto

Maurício Galiotte e Roger MachadoMeia clássico, Lucas Lima vem para preencher uma lacuna no elenco que jamais foi completamente ocupada por Guerra ou Moisés, devido às características físicas e técnicas dos dois palmeirenses. Roger Machado agora terá que pensar bastante na forma que vai armar o time básico do Palmeiras com as peças que tem – e ainda terá – à disposição.

O novo contratado servirá também como modelo para Raphael Veiga e Hyoran, que seguem se desenvolvendo para serem melhor aproveitados no decorrer das próximas temporadas.

Lucas Lima junta-se a Diogo Barbosa como reforços em posições que o bom elenco do Verdão se ressentiu em 2017. Com mais um lateral-direito e possivelmente um zagueiro e um atacante pelas beiradas, poderemos considerar o grupo fechado – ao menos até a janela do meio do ano.

SEJA BEM-VINDO, LUCAS LIMA!

Podcast: Periscazzo (28/11/2017)

A vitória sobre o Botafogo, a despedida de Zé Roberto e as aventuras de Carminha foram os assuntos deste Periscazzo.

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Rompimento entre Crefisa e Mustafá Contursi redesenha o panorama político do Palmeiras

Lamacchia, Mustafá e Leila PereiraLeila Pereira, presidente da Crefisa, patrocinadora e conselheira do Palmeiras, declarou em entrevista publicada hoje na Folha de S.Paulo algo que já circulava à boca pequena pelas alamedas: rompeu relações com Mustafá Contursi após o episódio de revenda de ingressos que veio à tona há algumas semanas.

A empresária, segundo o acordo de patrocínio, tem direito a uma cota de ingressos a cada jogo do Palmeiras no Allianz Parque, e repassava 70 deles a Mustafá como cortesia, num gesto político para que ele distribuísse entre sua base política. Mustafá foi o responsável pela manobra que deu a Leila a condição estatutária para poder concorrer ao cargo de conselheira.

Segundo acusações de uma intermediária, no entanto, os ingressos dados a Mustafá eram revendidos, caracterizando cambismo numa operação que pode ter movimentado mais de R$ 500 mil numa temporada – a revelação teria desapontado demais a conselheira, que assim decidiu por se afastar de seu criador político.

O movimento redesenha o cenário político do clube. Mustafá tinha em Leila um grande ponto de apoio para revitalizar suas bases políticas, cada vez mais carcomidas pelos minutos de silêncio. Foi por causa do apoio de Leila que o velho cacique conseguiu atrair novos apoiadores – entre eles um grupo que historicamente sempre foi seu inimigo: desde o ano passado, a UVB passou a rezar pela cartilha do homem que amaldiçoou por mais de uma década. Com esta reviravolta, o grupo tende a acompanhar o poder financeiro de Leila Pereira e abandonar Mustafá.

Mauricio Galliote e Leila PereiraMaurício Galiotte, que estava isolado politicamente, ganhou uma sobrevida importante com o episódio. Os dois passaram a disputar um cabo-de-guerra para ter Leila como aliada após Mustafá romper com o atual presidente por não atender a suas pressões para demitir Alexandre Mattos – com todas as vantagens para Mustafá.

O episódio dos ingressos, no entanto, virou o jogo. Maurício, até outro dia cercado apenas por alguns poucos e leais conselheiros, volta a ter força política, já que a Crefisa trará consigo uma série de bajuladores que finalmente veem alguém por quem vale a pena abandonar Mustafá.

Leila Pereira vai conseguindo se embrenhar na política do clube apoiada por seu poderio financeiro. Na mesma entrevista, deixou claríssimas suas intenções de concorrer à presidência do clube na eleição de novembro de 2022 – isso se os vários episódios desgastantes que ainda estão por vir não a demoverem dessa ambição. A cada imbróglio Leila tem condições de provar um pouco mais do que existe de pior na natureza humana. A política do Palmeiras não é para iniciantes.

Rascunho da eleição do ano que vem

Paulo Nobre e Mauricio GaliotteEm novembro de 2018 teremos novas eleições para a presidência do clube e Maurício Galiotte, com o suporte da Crefisa, voltou a ser um nome forte para concorrer à reeleição. Mustafá Contursi, acuado, volta a conviver com o mesmo problema que já o incomoda há alguns anos: seu grupo de apoiadores é formado apenas por puxa-sacos, cada vez mais ultrapassados e incapazes de gerir sequer uma banca de jornal – foi isso que o fez apelar para Arnaldo Tirone em 2011. E foi isso que o fez topar uma aliança com Paulo Nobre em 2013.

Maurício Galiotte tem o apoio de Leila Pereira, que nutre ódio mortal por Paulo Nobre, o que é recíproco. Os resultados esportivos de 2018 terão um peso importante. Se o Palmeiras voltar a conquistar troféus, a reeleição é quase certa e talvez Nobre nem saia de seu bunker político e continue a correr rally pelo mundo. Em caso de mais turbulência, a disputa pode ocorrer, e deve ser acirrada.

Tudo o que esperamos é que essas pessoas pratiquem Política, com “P” maiúsculo, de Palmeiras. Podem continuar se odiando, ou podem se reconciliar, isso realmente não importa – desde que a disputa seja leal, o profissionalismo continue prevalecendo e o time siga com o protagonismo que já exerce há três temporadas. Com Maurício, Leila, ou Paulo, seja quem estiver à frente do clube.


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Arbitragens: alguém está deixando de fazer algo que deveria estar fazendo

Heber Roberto LopesNo dia 31 de outubro, após a partida contra o Cruzeiro, na qual Héber Roberto Lopes assaltou o Palmeiras, o Verdazzo publicou este post, a respeito de atitudes que o Palmeiras precisaria tomar para não ser mais roubado pelas arbitragens.

Destaque para este trecho:

“O Palmeiras precisa reagir em relação a esse roubo à mão desarmada do qual foi vítima ontem. Até a imprensa reconhece que o clube foi prejudicado. Se a diretoria se calar depois desta operação, nossos objetivos desta reta final de campeonato virarão pó.

É necessário um soco na mesa. Uma coletiva deve ser convocada para que o Palmeiras declare sua total indignação contra a arbitragem nociva de Heber. Pressão total no juiz do Derby, que ainda não foi definido. A cota de roubos sobre nós foi definitivamente esgotada para 2017.”

Pois não se ouviu um pio da diretoria. Fomos tungados no Derby e perdemos a chance de vencer mais um campeonato – pior, ele foi parar nas mãos do nosso rival.

Pior:  para nossa surpresa, nem depois do Derby a cota de roubos de 2017 foi esgotada. Ontem o Palmeiras conseguiu ser prejudicado DUAS VEZES pelos juízes da FPF, em jogos da base. Tanto no Sub-17, quanto no Sub-20, os árbitros prejudicaram severamente o Palmeiras, como veremos a seguir.

Sub-17

Flávio Roberto Mineiro Ribeiro
Fábio Menotti/Ag.Palmeiras

O árbitro Flávio Roberto Mineiro Ribeiro, de apenas 22 anos, mostrou total despreparo para apitar uma partida importante. Talvez tenha sido a primeira vez que conduziu um jogo com transmissão ao vivo pela TV e isso tenha mexido com seu emocional. Talvez ele seja apenas mais um torcedor com o apito na mão. Ou talvez ele seja apenas ruim. Mas o fato é que ele expulsou Alan, do Palmeiras, sem a menor necessidade.

A sequência dos fatos: aos 5 minutos do segundo tempo, Alan foi atingido no rosto numa disputa de bola e reclamou da complacência do árbitro – por isso, foi advertido com cartão amarelo. É necessário pontuar que o time da Ponte Preta estava jogando duro, batendo em todos os lances, e o árbitro passivamente permitia, enervando nossos jogadores.

Aos 8 minutos, após mais uma entrada desleal de um atleta campineiro sobre o goleiro Magrão, que recebia atendimento no gramado, Alan reclamou mais uma vez enquanto bebia água. Não foi acintoso. Não foi sequer desrespeitoso. O juiz o expulsou, mostrando vermelho direto, com o agravante da expressão corporal totalmente desmedida – algo que Cuca uma vez descreveu como “puxar o cartão como quem saca uma arma”.

A súmula da partida corrobora com a descrição.

Súmula - Sub-17

A Ponte Preta venceu o jogo e foi campeã paulista da categoria.

Sub-20

Algumas horas depois, o Sub-20 entrou em campo também contra a Ponte Preta para disputar a primeira partida da final da categoria. Vencia o jogo por 1 a 0. Era fácil notar no árbitro Rodrigo Batista da Silva, de 27 anos, alguma afetação no gestual – mas até então sua atuação não interferia na partida até que, aos 9 minutos do segundo tempo, marcou um pênalti absurdo. A entrada de Maílton foi absolutamente limpa. O vídeo diz mais que qualquer descrição.

O jogo terminou empatado e o Palmeiras ainda tem a chance de chegar ao título na decisão que acontece no próximo sábado.

Roubar o Palmeiras é algo crônico

As arbitragens têm o vício de proteger os grandes – seja pela pressão no estádio, seja por temerem represálias vindas dos bastidores. O que já não é correto – mas como diria o filósofo Vanderlei, “pertence ao futebol”.

Só que essa tendência não se aplica ao Palmeiras. Parece algo crônico, enraizado nas arbitragens. Notamos até iniciantes como os de ontem – 22 e 27 anos – nos roubando. Se o Palmeiras voltou a exercer sua grandeza modernizando sua estrutura, sanando suas finanças e montando plantéis de respeito, está sendo tratado como pequeno nos bastidores. Ninguém nos respeita.

Claro que não é só culpa das arbitragens

O Palmeiras cometeu erros estratégicos importantes durante a temporada de 2017. Se esses equívocos não tivessem sido cometidos, possivelmente chegaríamos a resultados melhores, mesmo sendo prejudicado pelas arbitragens.

Tais erros, no entanto, não anulam a necessidade de apontar os prejuízos causados pelos homens do apito e de cobrar atitudes enérgicas de nossa diretoria. Corrigir os erros internos e proteger o clube contra arbitragens nocivas são ações que podem e devem acontecer em paralelo.

No profissional, é difícil acreditar em arbitragens idôneas. Na base, no entanto, parece um pouco demais pensar em esquemas de favorecimento. Ainda mais pelo fato dos juízes serem jovens, parece muito mais que seja apenas ruindade.

De qualquer forma, precisa prevalecer a lei não-escrita vigente: não se rouba time grande. Se isso não se aplica a nós nem na base, como esperar que aconteça no profissional? No dia em que tal lei for abolida – e tomara que seja logo – será menos inaceitável ser tão frágil nos bastidores enquanto outras camisas importantes do futebol brasileiro usufruem dessa prerrogativa e vencem campeonatos.

Enquanto o Palmeiras seguir sendo fraco nos bastidores, não adianta nada ter tanto sucesso no campo financeiro e administrativo. Vai continuar perdendo campeonatos na mão grande e ainda teremos que ouvir que é choro de perdedor.

E como faz para deixar de ser roubado, para ser forte nos bastidores? Quem tem obrigação de saber exatamente como se faz isso é quem senta na cadeira de presidente de um grande clube de futebol.

Alguém está deixando de fazer algo que deveria estar fazendo.


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Zé Roberto anuncia aposentadoria e se despede do Allianz Parque na segunda-feira

Zé Roberto levanta o troféu da Copa do Brasil 2015O lateral e meiocampista Zé Roberto, de 43 anos, anunciou na manhã deste sábado que vai se aposentar. Na próxima segunda-feira, em partida contra o Botafogo, ele se despedirá do Allianz Parque, onde defendeu as cores do Palmeiras nos últimos três de seus 24 anos de carreira no futebol.

Zé Roberto começou na Portuguesa, onde estreou no profissional em 1994. Foi vendido em 1997 para o Real Madrid, onde passou seis meses, e foi emprestado ao Flamengo. Voltou rapidamente à Europa, e jogou quatro temporadas pelo Bayer Leverkusen, onde teve grande destaque e acabou sendo comprado pelo Bayern.

Passou por empréstimo pelo Santos, depois jogou no Hamburgo, no Al-Gharafa do Qatar, no Grêmio até ser contratado pelo Palmeiras em 2015.

Logo que chegou ao Verdão, foi o autor de uma preleção histórica, que marcou a virada esportiva por que passou o time. “O Palmeiras é Grande”, bradou. Conquistou a braçadeira de capitão do time e ao final daquele ano, consagrou-se mais uma vez ao levantar a taça de campeão da Copa do Brasil.

Em 2016 protagonizou um lance histórico em Araraquara, ao salvar um gol certo de Robinho, do Cruzeiro, ao dar um carrinho salvador e escorar a bola com a barriga em cima da risca. O lance foi um dos símbolos da conquista do eneacampeonato brasileiro.

Zé Roberto disputou duas Copas do Mundo, 1998 e 2006, quando foi eleito para a seleção do torneio. Conquistou em sua impressionante carreira, além de duas Copas Américas pela Seleção Brasileira, um Campeonato Brasileiro e uma Copa do Brasil pelo Palmeiras, um Campeonato Paulista pelo Santos, quatro campeonatos alemães, um campeonato espanhol e outras copas menores na Europa e Qatar. Agora, vai descansar e curtir a família.

VALEU ZÉ!!!