Há 60 anos, Palmeiras fazia sua estreia em Libertadores; hoje, clube faz seu jogo de número 200 na competição

* por Gabriel Yokota e Conrado Cacace

Palmeiras alinhado para jogar contra o Independiente, na Libertadores de 1961

Na noite desta terça-feira, 4 de maio, o Palmeiras encara o Defensa Y Justicia, na Argentina, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. Atual líder do Grupo A, o Verdão venceu as duas primeiras partidas que disputou nesta edição: 3 a 2 no Universitário e 5 a 0 no Independiente Del Valle.

O duelo desta noite registrará um feito importante do Palmeiras na competição: a marca de 200 jogos. Há exatos 60 anos, no dia 4 de maio de 1961, o Verdão fez seu primeiro jogo na Libertadores; assim como hoje, a partida aconteceu na Argentina: vitória por 2 a 0 sobre o Independiente, em Avellaneda. Naquela ocasião, o alviverde era comandado pelo argentino Armando Renganeschi e tinha um elenco recheado de craques como Valdir, Djalma Santos, Geraldo Scotto, Zequinha, Julinho e Chinesinho.

Se não bastassem tantas coincidências, o técnico do Independiente naquele confronto foi Oswaldo Brandão, treinador que mais vezes comandou o Verdão: 586 jogos.

Números e Recordes

Duas vezes campeão do maior torneio do continente (1999 e 2020), o Palmeiras lidera algumas estatísticas em relação a outros times brasileiros na competição:

  • Clube com mais vitórias: 110;
  • Clube com mais gols: 371 em 199 jogos (além de ser o que mais marcou como mandante, com 221, e também como visitante, com 150);
  • Clube com mais vitórias fora de casa: 41;
  • Recordista brasileiro de invencibilidade fora de casa: 10 jogos sem perder;
  • Clube que mais vezes disputou a competição: 21, ao lado do Grêmio e do SPFC;
  • Único clube a ter a melhor campanha da fase de grupos por três anos seguidos: 2018, 2019 e 2020.

Em números gerais, o Palmeiras soma 110 vitórias, 36 empates e 53 derrotas, com 61,3% de aproveitamento. No total, são 371 gols marcados e 210 sofridos. O clube ostenta ainda o feito de ter sido o primeiro time brasileiro a chegar à final da competição, em 1961.

Entre os jogadores, o maior goleador do Palmeiras nesta competição é o meia Alex, com 12 gols; vêm na sequência Tupãzinho (11) e Borja (11). O atleta que mais atuou é o goleiro Marcos (57 partidas), seguido de Alex (39), Galeano (38), Dudu (34) e Willian (31).

Para completar, o atleta palmeirense com mais vitórias na Libertadores é Marcos, com 27 triunfos. Weverton, com 22, e Willian, com 21, vêm logo em seguida.

História pesada na Libertadores

Do vice-campeonato em 1961, passando pela artilharia de Tupãzinho em 1968, o erro de arbitragem em 1973, a convocação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 1974 que tirou os principais jogadores do time, até a renhida campanha em 1979, o Palmeiras das décadas de 60 e 70 só não conquistou a Libertadores por detalhes.

Libertadores 1999

De volta a competição nos anos 90, o Verdão conquistou goleadas marcantes, como os 6 a 1 no Boca Juniors e os 7 a 0 no El Nacional. Os duelos contra o Grêmio em 1995 entraram para a História. A trajetória dos anos 90 foi coroada com a conquista do primeiro título em 1999, numa campanha em que passou pelo Vasco, campeão do ano anterior; SCCP, em jogos em que Marcos virou Santo; e River Plate, com uma segunda partida sem defeitos, até a épica conquista sobre o Deportivo Cáli nos pênaltis.

O protagonismo do alviverde na Libertadores continuou nos anos 2000. No último ano da co-gestão com a Parmalat, o Palmeiras mais uma vez deixou o rival para trás num pênalti defendido por Marcos cobrado por Marcelinho Carioca – desta vez, o Verdão acabou como vice-campeão. Em 2001, um renovado Palmeiras surpreendeu e avançou até as semifinais, sempre nos pênaltis, passando por São Caetano e Cruzeiro. Tendo novamente o Boca Juniors pela frente, não fomos às finais graças ao árbitro Ubaldo Aquino, que operou o alviverde sem anestesia no primeiro jogo, em La Bombonera.

Depois disso, o torcedor palmeirense amargou duas eliminações para o rival SPFC, em 2005 e 2006 – esta última, em outra operação dolorosa, do juiz Wilson de Souza Mendonça; e viu Cleiton Xavier acertar um chutaço contra o Colo-Colo em 2009, que deu a classificação ao time de Luxemburgo. Contudo, o Verdão pararia no Nacional, nas quartas-de-final.

O esforçado, porém limitado time de 2013 chegou a iludir a torcida ao avançar ao mata-mata e arrancar um empate do Tijuana em solo mexicano, mas uma falha de Bruno pôs fim ao sonho impossível. Mas a partir de 2016, já com o Allianz Parque em pleno funcionamento, a torcida voltou a sonhar com força. No primeiro flerte com a velha Copa nesta nova fase, que já dura seis participações seguidas, o Palmeiras caiu na fase de grupos.

Felipe Melo

Em 2017 a campanha foi marcada pelos duelos contra o Peñarol, ambos vencidos pelo Verdão por 3 a 2, com muita briga, literalmente; a queda foi nos pênaltis, frente o Barcelona. A partir do ano seguinte o Verdão foi absoluto, sendo o líder de toda a fase de grupos por três anos seguidos. As eliminações de 2018 e 2019, para Boca e Grêmio, em confrontos que pareciam razoavelmente controlados, ficaram entaladas na garganta de nossa torcida.

Tudo foi resolvido com o grito de gol aos 98’28”, contra o Santos, no Maracanã, na edição de 2020. Danilo lançou a Rony, que fez o cruzamento perfeito para a cabeça de Breno Lopes, que decretou o gol que faria a América Verde pela segunda vez.

Esta noite o Palmeiras segue escrevendo sua trajetória na Copa Libertadores. Esperamos que seja mais um capítulo na história da conquista do tricampeonato.

Um comentário em “Há 60 anos, Palmeiras fazia sua estreia em Libertadores; hoje, clube faz seu jogo de número 200 na competição

  1. Excelente resumo dessa bela história Palestrina.
    Acrescentaria, como marca interna, o fato de esta edição ser a sexta consecutiva, fato que ainda não tinha ocorrido. E também a importante marca de que não perdemos em jogo inaugural desde 1979.
    Valeu.

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