Campeonato Paulista 2022
O Campeonato Paulista 2022 foi disputado por 16 clubes entre janeiro e abril, seguindo o formato definido pela FPF nos anos anteriores: 4 grupos de 4, classificando-se os dois primeiros de cada para o mata-mata após jogos apenas contra os times dos outros grupos em turno único.
O Palmeiras disputou seus 12 jogos em meio a dois torneios considerados prioridades na temporada: o Mundial, em Abu Dhabi, e a Recopa Sul-Americana, disputada em ida e volta contra o Athletico-PR. Isso forçou a comissão técnica a recorrer por vezes à base para poder entrar em campo no estadual sem sobrecarregar os jogadores mais importantes do elenco.
Mesmo assim, a campanha do Palmeiras foi espetacular: o primeiro lugar na classificação geral foi alcançado com sobras, após 9 vitórias e 3 empates; 17 gols marcados e apenas 3 sofridos. Assim, o time foi para o mata-mata: primeiro contra o Ituano, vencido facilmente por 2 a 0, e depois contra o Red Bull Bragantino, que fez um jogo muito digno, mas acabou batido por 2 a 1 no Allianz Parque.
As finais foram disputadas contra o SPFC, em dois jogos. No primeiro, no Morumbi, uma arbitragem criminosa inquinou a disputa ao inventar um pênalti para o time da casa nos acréscimos do primeiro tempo. A cobrança foi convertida e os times foram com 1 a 0 no placar para os vestiários.
No segundo tempo, nosso time sentiu demais a pressão mental de ter sido roubado escandalosamente e o clima criado por 60 mil pessoas acabou prevalecendo. Contra um Palmeiras sem ação, o SPFC chegou a abrir 3 a 0 e a torcida da casa começou a se assanhar, comemorando o título antecipadamente.
Perto do fim do jogo, Raphael Veiga acertou uma boa cobrança de falta, contou com a ajuda de Jandrei, e diminuiu o placar. A partida de ida terminou 3 a 1 e este gol foi determinante para manter as esperanças palmeirenses acesas para o jogo da volta: seriam necessários três gols de diferença para o título; vitória por dois gols forçaria a decisão por pênaltis.
O Allianz Parque só não ficou completamente lotado por causa da necessidade de armar um palco para um show que aconteceria na terça-feira. O Palmeiras tentou puxar a final para sábado, para dar tempo de usar todo o estádio, mas o SPFC se recusou, imaginando que o jogo seria tirado de nossa casa. A manobra trikas não funcionou e o jogo foi mesmo na nossa casa, sem público no Gol Norte - apenas alguns sócios Avanti puderam assistir do setor a um telão que transmitia as imagens, replicando os telões tradicionais do estádio.
E o Palmeiras demoliu o SPFC. Danilo, que não havia jogado a primeira final por dores na coxa, abriu o placar aos 21 minutos e o efeito moral visto no primeiro jogo se inverteu. Zé Rafael ampliou seis minutos depois e a vantagem do adversário, construída com tanto esforço, virou pó no meio do primeiro tempo.
O Verdão resolveu a parada logo com 1 minuto do segundo tempo, num golaço de Raphael Veiga após jogada humilhante de Dudu em cima de Diego Costa. O SPFC estava morto e entregue em campo e o título era apenas questão de tempo, mas o Palmeiras ainda fez o quarto gol para não deixar qualquer dúvida: Veiga, de novo, após roubada de bola no campo de ataque.
O Palmeiras conquistou o 24° título paulista com a melhor campanha desde que o formato em disputa foi adotado, marcando 4 gols na final - algo que não acontecia com nenhum clube desde 2008, quando o Verdão disparou cinco na Ponte Preta - e cada um foi de um jeito: de bola parada, de jogada construída, de contra-ataque e após roubada na marcação-pressão.
O elenco comandado por Abel Ferreira conquistou o quinto título em pouco mais de 14 meses, mais uma vez sobre um rival, e calou a parcela da imprensa que insistia numa campanha para desvalorizar nossos feitos recentes, sobretudo nos três dias após a partida de ida das finais. Nossa torcida seguiu comemorando mais uma conquista, numa doce rotina.