Jogadores do Palmeiras lamentam revés na decisão, falam em sentimento de ‘orgulho’ e pedem ‘cabeça erguida’

Jogadores do Palmeiras lamentam revés na decisão, falam em sentimento de ‘orgulho’ e pedem ‘cabeça erguida’.
Fabio Menotti

Raphael Veiga, Gustavo Scarpa, Zé Rafael e outros jogadores do Palmeiras concederam entrevista após o duelo frente ao Chelsea, no Mundial de Clubes

O Palmeiras lutou até o final, mas não conseguiu superar o Chelsea na final do Mundial de Clubes e acabou derrotado no duelo por 2 a 1. Após sair atrás do placar, o Verdão chegou ao gol de empate com Raphael Veiga no segundo tempo e levou o jogo à prorrogação. Mas no final do segundo tempo da prorrogação, Havertz fez o gol decisivo, de pênalti.

Ao final da partida, o sentimento claro dos jogadores do Palmeiras era de lamentação, mas também de orgulho e muitos pediram ‘cabeça erguida’.

Confira o que os jogadores do Palmeiras disseram ao final da partida:

– Raphael Veiga:

“A gente tem que saber valorizar tudo o que fizemos para chegar até aqui. Lógico que a gente queria ganhar. Chegar até aqui não é fácil, jogamos de igual para igual contra uma equipe dessa que foi ou é a melhor da Europa. Tem que valorizar o que a gente fez, não chegamos aqui por sorteio ou por acaso, temos nossos méritos. A gente fica chateado, mas a gente sai daqui muito feliz pela disposição de cada um nesses dois jogos, saímos muito mais maduros. Tristes, mas temos que seguir com a cabeça erguida sempre.”

“[Sobre a partida] um jogo assim é difícil, são lances pontuais. A gente poderia ter feito gols no começo do jogo, porque tivemos chances. Se isso acontecesse, o jogo seria diferente. São lances pontuais e eles acabaram fazendo mais gols do que a gente”.

– Gustavo Gómez:

“É triste, mas tranquilo, a gente deixou tudo dentro de campo, lutamos até o fim, demonstramos que podemos competir contra times poderosos. Não tenho palavras, só me sinto orgulhoso dos meus companheiros, do Palmeiras e da torcida que veio nos apoiar aqui.”

“Tivemos nossa chance e temos que aproveitar quando elas aparecem, ser contundente. Mas o jogo foi equilibrado, definiu nos últimos minutos. Ficamos tristes, mas deixamos tudo dentro de campo. Todos vão dormir tranquilos. É aceitar a derrota e trabalhar para seguir melhorando e ganhando os títulos”.

– Gustavo Scarpa:

“Nossa equipe tem que se sentir orgulhosa. Não realizamos nosso maior sonho, mas o que apresentamos foi digno de uma equipe que ganhou duas vezes a Libertadores. É levantar a cabeça… Na verdade, a cabeça está erguida. É seguir em frente e buscar voltar de novo aqui conquistando mais uma Libertadores. O futebol é muito dinâmico, não tem tempo para ficar lamentando as derrotas, ainda mais quando a gente chega num nível muito alto. A gente já tem decisão pela frente, não tem que ficar pensando. Vai lamentar hoje, mas bola para frente”.

“[Sobre o jogo] dentro da proposta que estabelecemos, a gente foi muito bem. Sabíamos que eles, pela superioridade técnica e física, ditariam o ritmo de jogo. Nosso time se portou bem, acabou sofrendo o gol, mas tá todo mundo de parabéns, estou orgulhoso pra caramba do clube. Vamos em busca de mais títulos e quem sabe voltar”.

– Zé Rafael:

“É frustrante perder um jogo assim, mas faz parte do futebol, tem que levantar a cabeça, seguir trabalhando. Isso aqui ia coroar os anos passados que a gente tem feito, tem sido glorioso tudo que a gente vem vivendo, mas não é porque perdemos a final que o trabalho vai ser jogado no lixo”.

“[Sobre o jogo] acho que nossa equipe usou estratégia que o Abel pediu, tentou fazer jogo consistente, acabou não saindo como a gente planejava algumas coisas, mas faz parte do futebol. Em campo nem tudo dá para ser controlado. A nossa equipe fez um grande jogo, jogou de igual para igual contra uma grande equipe, com grandes atletas, e perdeu no detalhe”.

“[Sobre sua saída da partida] estava com probleminha muscular, já vinha sentindo ao longo do jogo. Não estava conseguindo fazer o 100% e naquele momento do jogo nossa equipe precisava manter o meio de campo firme. Se o Abel não me tirasse eu não iria aguentar jogar muito mais tempo”.

Felipão, sobre Abel Ferreira: “é o maior treinador que o Palmeiras já teve”

Felipão e Abel Ferreira se encontram em hotel em Caxias
Cesar Greco

Histórico treinador do Palmeiras, Felipão falou também sobre o duelo entre Palmeiras e Chelsea

A um dia de estar no banco de reservas comandando o Palmeiras na final do Mundial de Clubes, o técnico Abel Ferreira recebeu um enorme elogio de Luiz Felipe Scolari.

Multicampeão pelo Verdão, o histórico treinador afirmou, em entrevista à TV Bandeirantes, que Abel “é o maior treinador que o Palmeiras já teve em todas as épocas”, e acrescentou: “Ele conseguiu os títulos, conseguiu fazer com que esses jogadores trabalhassem pelo clube com alegria, com satisfação e pensamento pelo Palmeiras que, quem sabe, nós não conseguimos passar”.

Felipão e Abel têm uma amizade de longa data. Os dois se conheceram quando Scolari era o treinador da Seleção de Portugal (2003 a 2008) e convocou o atual comandante do Verdão em alguns jogos amistosos. No ano passado, quando o Palmeiras jogou contra o Juventude, em Caxias do Sul, o ex-treinador visitou a delegação palmeirense.

“O Abel, como jogador, já apresentava sinais de comando. Era muito sério, equilibrado. Quando o chamei para a seleção, ele sabia que não era a primeira opção para a posição, mas continuou super equilibrado. Sempre notei nele essa facilidade em influenciar os jogadores. Confio no trabalho dele”, completou.

Abel minimiza elogios de Felipão

Na entrevista coletiva desta sexta-feira, Abel soube dos elogios feitos por Felipão mas, modestamente, minimizou.

“Não vejo as coisas assim. Sou mais um dentro de uma estrutura. O futebol me ensinou que dependemos um dos outros, que precisamos ser coletivos, plurais. Respeito essas opiniões, mas sou mais um dentro do clube com uma posição específica. No Brasil precisam encontrar um herói e um vilão. Vocês nunca vão me ouvir falar ‘eu ganhei ou perdi'”, disse o comandante.

Palmeiras aprimora fundamentos antes da decisão contra o Chelsea

Palmeiras aprimora fundamentos antes da decisão contra o Chelsea. O elenco alviverde fez o reconhecimento de gramado no Mohammed Bin Zayed Stadium.
Fabio Menotti

Campeão em 1951, Palmeiras vai em busca do bicampeonato Mundial

O Palmeiras está pronto para encarar o Chelsea, na finalíssima do Mundial de Clubes. Na noite desta sexta-feira (horário de Abu Dhabi), o Verdão fez o último treinamento antes da final e o reconhecimento do gramado do Mohammed Bin Zayed Stadium, palco da decisão.

A comissão técnica trabalhou com os jogadores a parte tática e técnica. De início, o foco foi aprimorar a marcação, a troca de passes e a posse de bola. Em seguida, dividido em dois times, o elenco fez uma atividade com foco no posicionamento.

Para finalizar, os jogadores ensaiaram jogadas de bola parada. Após o treinamento, o técnico Abel Ferreira e o capitão Gustavo Gómez concederam entrevista coletiva à imprensa que está em Abu Dhabi.

Palmeiras disputa sua terceira decisão de Mundial de Clubes

Presente quatro vezes na sua História no Mundial de Clubes, o Palmeiras disputará a grande decisão pela terceira vez. A equipe foi campeã em 1951 ao bater a Juventus na final e foi vice-campeã em 1999.

O Palmeiras é o único clube brasileiro a chegar à decisão nos três formatos de mundiais já realizados: em 1951, torneio foi organizado pela CBD, antiga CBF, e chancelado pela Fifa; em 1999, quando era promovido pela UEFA e Conmebol; e em 2021, sob a organização da Fifa.

Preparado para enfrentar Lukaku, Gustavo Gómez avisa: “vamos deixar tudo em campo”

Gustavo Gómez concede entrevista coletiva pelo Palmeiras no Al Nahyan Stadium, em Abu Dhabi-EAU.
Fabio Menotti

Capitão do Palmeiras no Mundial de Clubes, Gustavo Gómez concedeu entrevista coletiva ao lado do técnico Abel Ferreira

O zagueiro Gustavo Gómez enfrentará amanhã, no duelo entre Palmeiras e Chelsea, um dos atacantes mais prestigiados do Mundo: Romelu Lukaku. Tendo como suas principais características a força e a arrancada, o belga foi o autor do gol dos blues na semifinal contra o Al Hilal.

Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, no Al Nahyan Stadium, Gómez fez elogios ao adversário, mas garantiu que o Palmeiras tem um ‘plano’ e que esforço não faltará.

“Ele [Lukaku] é muito bom, assim como todos atacantes deles. O Chelsea tem um elenco muito forte. Mas estamos trabalhando dia a dia, nos preparando para o jogo como tem de ser. A gente vai deixar tudo em campo, como sempre fizemos. Sabemos da importância da partida de amanhã para nós, para os torcedores. E fiquem tranquilos que vamos deixar tudo. O professor já disse, não sabemos se vamos vencer, mas temos um plano”, comentou.

Há quase quatro anos no Palmeiras e um dos jogadores mais experientes entre todos do atual elenco, o defensor também falou sobre a responsabilidade de ser um dos pilares do time e a convivência com os jovens jogadores.

“O time tem muitos líderes, isto ajuda também. Jogar no Palmeiras é uma motivação por causa da grandeza do clube. Estamos muito felizes por ter muitos jogadores jovens compartilhando conosco, muitos do elenco tem entre 20 e 25 anos. É um orgulho para nós e para o torcedor. A gente trata sempre de ajudar e melhorar todos no dia a dia”, disse.

Gómez elogia Luan

Parceiro de zaga de Luan desde sua chegada ao Verdão, Gustavo Gómez exaltou o companheiro e celebrou o desempenho dele na semifinal, diante do Al Ahly.

“O Luan jogou muito bem. Nós que estamos com ele no dia a dia sabemos que ele trabalha muito. Ele é um líder. Estou muito feliz com seu desempenho”, finalizou.

Contra o Chelsea, o camisa 15 fará sua partida de número 161 com o Palmeiras, estatística que o faz ser o sétimo jogador do elenco com mais jogos pelo clube. Aos 28 anos, Gómez tem contrato com o Verdão até o final de 2024.

Em coletiva, Abel projeta decisão contra o Chelsea e pede aos torcedores: “desfrutem”

Abel Ferreira concede entrevista coletiva pelo Palmeiras no Al Nahyan Stadium, em Abu Dhabi-EAU.
Fabio Menotti

Em busca de seu quarto título pelo Palmeiras, Abel Ferreira minimizou também as diferenças entre um clube sul-americano e um europeu

Na véspera da decisão do Mundial de Clubes, o técnico Abel Ferreira concedeu entrevista coletiva no Al Nahyan Stadium, que foi o palco da semifinal, e falou sobre como ele espera que os jogadores do Palmeiras entrem em campo amanhã, diante do Chelsea.

“No lado emocional, os jogadores precisam pensar em coisas positivas e no que tem de fazer, que é jogar no mais alto nível. Parece complicado, mas não é. Não sei se vamos ganhar, mas eu e eles sabemos o que temos que fazer. Os grandes responsáveis pelos planos são os jogadores. Para este jogo vamos mudar duas coisas, muito curtas. Quero dentro de campo que eles deem o melhor, que errem, que acertam, que se divirtam, desfrutem e ganhem. O plano não é meu. O plano é nosso”, iniciou o treinador.

“Há muito tempo um time da América do Sul não ganha [o Mundial]. Mas acreditamos que podemos fazer um grande jogo amanhã. Vamos colocar de lado a capacidade financeira e colocar o respeito, a amizade, a entreajuda, a competitividade e a inspiração. Esse tem sido nosso grande segredo, assim que vejo o futebol. Isto que vamos procurar fazer em campo, impor o jogo de forma sólida e fazer mais um gol que nosso adversário”, acrescentou.

Questionado sobre as diferenças entre um clube e outro, o comandante disse que, em relação aos aspectos de jogo, o Palmeiras está no “nível dos melhores do mundo, com o mesmo propósito, que é vencer” e que questões financeiras não entram em campo.

“O Palmeiras é um clube da América do Sul treinado por um europeu. Procuramos muito – e fui muito criticado por isso – trazer as ideias que eu acredito. Penso que há uma diferença na capacidade de contratação, se vamos entrar nas questões financeiras, estamos fora. Mas no que diz respeito aos valores universais, de organização e competitividade coletiva, não. Vamos entrar no que somos bons, na coragem, na valentia, com a bola ter coragem para impor nosso jogo, fintar, driblar, dar mais que um toque”, declarou o treinador, que também falou sobre o modelo de jogo dos ingleses.

“Eles são uma equipe versátil, de vários sistemas. Já enfrentei outro treinador alemão, o que está no Bayern de Munique, quando eu estava no Braga. Adorei jogar este jogo, obrigou-me a fazer ajustes durante o jogo. O Tuchel joga sempre no 3-4-3, mas alterna muito com o 4-3-3 e o 4-2-2-2”, comentou.

Abel faz um pedido aos torcedores

Impressionado com a presença da torcida do Verdão no jogo da semifinal, diante do Al Ahly, Abel aproveitou o espaço para fazer um pedido aos palmeirenses para o duelo contra o Chelsea.

“Não tomem todas, amanhã precisamos de vocês fresquinhos para ajudar ao Palmeiras (risos). Desfrutem. Para amanhã foi liberado o estádio cheio, desfrutem do jogo, do momento. Seguramente, aconteça o que acontecer, vamos ficar na história, mas queremos entrar para a eternidade”, falou.

“Na primeira partida parecia que estava jogando no Allianz, na minha frente só tinha verde. Para quem não conhece muito bem a dimensão do Palmeiras, ficou evidente do outro lado do mundo a grandeza e a dimensão do nosso clube”, completou.

O comitê organizador do Mundial de Clubes anunciou, nesta sexta-feira, que o governo de Abu Dhabi liberou a capacidade total do estádio Mohammed Bin Zayed, palco da finalíssima. O local poderá receber até 42.000 torcedores.

A final entre Palmeiras e Chelsea acontece neste sábado, às 13h30 (horário de Brasília).

Confira outros trechos da coletiva de imprensa de Abel Ferreira

  • Chances de vitória do Palmeiras

“Claro que dá para ganhar, o futebol é mágico por isso mesmo. Dá para ganhar. Contra quem for. As probabilidades na final da Liga dos Campeões apontavam ao City; e ganhou o Chelsea. Portanto, claro que dá para ganhar. Temos que melhorar e muito (na América do Sul) a qualidade dos gramados. Eu vejo porque acham que o jogo no Brasil é lento. Tem única e exclusivamente a ver com o campo. Amanhã vão ver o time rápido. Temos de criar condições, além da densidade de jogos. A motivação: eu, no último jogo, digo que quando me levanto e respiro, quer maior motivação? Vestir este símbolo, ser treinador de futebol, há motivação maior? Eu sempre digo: aproveitem, porque não sei quando estaremos aqui outra vez”.

  • Favoritismo

“Esta parte da pressão e favoritismo é para vocês. Eu aceito. Como já disse, [o Chelsea] é uma equipe que gastou para montar este plantel 650 milhões de euros e o Palmeiras gastou 32 milhões para compor este elenco. Mas os valores que vão fazer a diferença amanhã são a competitividade, a amizade, a coragem, a ajuda, audazes para defender sem bola e com ela colocar o adversário em dificuldades. Nisso podemos nos comparar. O favoritismo deixo para vocês fazerem as capas de jornais, é bom que se escreva, porque o futebol não é só dentro das quatro linhas, engloba muita gente”.

  • Guardiola, que confundiu o Palmeiras com o River Plate

“Os europeus conhecem muito bem a América do Sul, tanto que compram em grande quantidade. Admiro muito o Guardiola, acredito que não tenha tempo, está muito focado em ganhar a Liga dos Campeões. Convido-o a ver o jogo e conhecer o Palmeiras. Ele tem um jogador que comprou do Palmeiras, e aqui temos outros de mais qualidade. Como sei que ele gosta de conhecer pessoas novas e eu também gosto, se ele um dia puder almoçar ou jantar comigo, vai ser um gosto para trocarmos uma conversa e ver se aprendi alguma coisa”.

  • Importância do tempo para treinar

“Sou muito supersticioso, acredito muito no trabalho. E tempo de treino, para poder construir o nosso plantel, para conhecer e impor nossas ideias. Tempo. O segredo é esse. Trabalho duro, disciplina e todos que trabalham no clube não é fazerem o que querem, é fazer o preciso para ganhar”.