Para José Cláudio Rocha Filho, responsável pelo VAR no clássico, movimento de Marcos Rocha foi “antinatural”
No começo da tarde desta quinta-feira, a FPF (Federação Paulista de Futebol) divulgou os áudios da conversa entre o VAR, comandado por José Cláudio Rocha Filho, e Douglas Marques das Flores, juiz da partida, na revisão do pênalti marcado para o SPFC, contra o Palmeiras, que resultou no primeiro gol do rival.
O lance ocorreu aos 49 minutos do primeiro tempo: Alisson cruzou e a bola bateu na mão de Marcos Rocha, que estava colada a seu corpo. No primeiro momento, o juiz diz para os jogadores são-paulinos que o braço de Rocha estava recolhido e manda o jogo prosseguir.
Entretanto, o árbitro de vídeo chama Douglas Marques para rever o lance, alegando que o lateral palmeirense havia “ampliado seu espaço de forma antinatural com o seu braço”; confira:
Abel ironiza VAR após o jogo
O lance gerou revolta aos palmeirenses. Em entrevista coletiva após o duelo, o técnico Abel Ferreira criticou o chamado do VAR para a revisão do pênalti e afirmou que “alguém quis ser o protagonista”, já que a ação em campo havia sido a correta. Além disso, o treinador ironizou o fato de o árbitro de vídeo não ter revisado um possível pênalti em cima de Gustavo Gómez, no segundo tempo.
“A regra é clara, quando há dúvidas, prevalece a ação do campo, só chama quando é algo escandaloso, como foi o pênalti em cima do Gómez. Mas aí o VAR estava comendo pipoca”, disse Abel.
Até o momento, a Federação Paulista de Futebol não divulgou os áudios sobre o lance envolvendo o zagueiro palmeirense.
Antes da entrevista coletiva de Abel Ferreira, Paulo Buosi foi à sala de imprensa e afirmou que “houve interferência da arbitragem” no clássico
O Palmeiras perdeu para o SPFC no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, por 3 a 1, e agora buscará reverter o placar no próximo domingo, no Allianz Parque. Ao final da partida, o vice-presidente do clube, Paulo Buosi, apareceu na sala de imprensa antes da tradicional coletiva de Abel Ferreira para protestar contra a arbitragem de Douglas Marques das Flores.
O primeiro gol do SPFC veio de um pênalti inexistente no final do primeiro tempo. Além disso, o clube reclama de uma penalidade máxima não assinalada em cima de Gustavo Gómez, na etapa final.
“Jogamos 10 finais nos últimos anos, ganhamos e perdemos, mas nunca aconteceu algo assim. O pênalti marcado foi totalmente fora da regra. Tivemos invasão na cobrança do pênalti que o VAR tem que chamar. Houve um tratamento para o nosso treinador e outro para o técnico deles. Teve ainda um pênalti no Gustavo Gómez”, iniciou Buosi.
“Se faz necessária uma manifestação do Palmeiras. Houve interferência da arbitragem no resultado da partida. O que a gente espera é que, no próximo jogo, não haja interferência da arbitragem. Isso é o que o Palmeiras pede. Infelizmente o que ocorreu hoje precisava de uma manifestação dura do Palmeiras, como ainda não tínhamos feito em nenhuma outra oportunidade”, concluiu.
Além de Paulo Buosi, Gustavo Gómez também criticou a arbitragem
O zagueiro Gustavo Gómez, capitão do Palmeiras, também criticou a arbitragem após a partida. Em entrevista na zona mista do Morumbi, o camisa 15 falou sobre a falta de critério dos juízes.
“Nós temos que melhorar, mas a arbitragem também. Lembro que tivemos uma palestra no início do Paulista, com a presidente da arbitragem, e foi falado dos critérios dos árbitros, mas hoje o critério não foi igual. Conversei com ele [o juiz] ao final do jogo e disse que ele precisa melhorar, assim como nós. Além disso, eu também sofri um pênalti que não foi marcado”, disse Gómez.
A presidente da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol em questão é Ana Paula Oliveira, que na madrugada postou uma foto em seu Instagram ao lado da equipe de arbitragem do Choque-Rei, com a legenda “orgulho”.
Além de comentar sobre a final, no entanto, o treinador palmeirense falou também da organização do campeonato. Perguntado a respeito a importância do Paulistão, Abel reconheceu a história do torneio, mas pediu por menos datas.
“É uma competição que tem 120 anos de história. É de longe o melhor e o mais organizado estadual, por vários motivos, e o principal é que há muitas equipes e elencos bons. Comparado com Portugal, o Paulistão é o nosso campeonato nacional. Mas de forma global creio que, para melhorar, tem que reduzir duas ou três datas. Eu queria ter o Danilo [em campo – o camisa 28 machucou a coxa]. O Red Bull Bragantino jogou sem o Artur contra nós; o SCCP perdeu o Fagner por lesão na semifinal. Não há milagres, quando se joga nessa densidade competitiva, perde-se os jogadores. Se houver flexibilidade de todas as partidas, há espaço para melhorar”, iniciou.
“Isso [reduzir as datas] melhoraria também o Brasileirão e daria mais tempo para os clubes se prepararem. Jogando nesse calendário, quando terá tempo para treinar? É nisso que os executivos têm de pensar. [Com mais tempo] vai ser melhor para o jogador brasileiro, os técnicos e, sobretudo, para o futebol brasileiro. Vamos jogar no domingo que vem, e três dias depois jogaremos na Venezuela [contra o Táchira, pela Libertadores]; isso não deveria existir, mas existe. Longe de mim pensar em acabar com essa competição, ela tem História, mas precisa reduzir as datas”, acrescentou Abel, que finalizou o pensamento destacando a importância que o estadual tem para as equipes menores.
“Já participamos de algumas reuniões e é importante também ouvir os [times] menores, a importância dos jogos para eles. Sem dúvida nenhuma é uma competição importante”, concluiu.
Abel fala sobre a decisão
Ao comentar sobre a partida, Abel destacou que o Palmeiras foi a melhor equipe até chegar à final, mas ressaltou que a decisão é “50/50”.
“Penso sempre no ‘aqui e agora’. Fomos os melhores da primeira fase, mas agora tudo se equilibra. [O jogo passado] começou equilibrado e nós conseguimos abrir o marcador. Depois o adversário nos empurrou para trás. Eles são organizados, jogam com muita gente por dentro e têm uma boa mistura de jovens e experientes jogadores”, falou.
“As duas melhores equipes chegaram à final. Isso mostra o mérito e o trabalho dos dois clubes. Eles têm uma vantagem no jogo de ida porque jogam em casa só para a sua torcida, mas vamos procurar impor nosso jogo ofensivo e defensivo, com as intenções de sempre. Vamos buscar um bom resultado no Morumbi para depois fechar no Allianz Parque. Os respeitamos muito, mas queremos vencer. O mais importante é que seja um bom jogo, que vença a melhor equipe e esperamos que seja o Palmeiras”, finalizou.
O jogo de ida da final acontece na noite desta quarta-feira, no Morumbi; já a volta será disputada no domingo, às 16h, no Allianz Parque.
Confira outros assuntos abordados por Abel Ferreira
Sobre a importância de vencer o Paulistão
“Nossa prioridade, não é novidade para ninguém, era o Mundial e a Recopa. Mas os jogadores tiveram sede de vitórias e fizeram uma campanha extraordinária [no Paulistão], consistente. A equipe é equilibrada: sabe propor; é reativa; e sabe pressionar alto para rapidamente sair em transição. Falam muito da posse de bola, mas essa posse do meio de campo para trás não me interessa. Quando jogamos contra o Ituano, propusemos o jogo inteiro. Agora, quando enfrentamos uma equipe do mesmo nível, é normal haver um equilíbrio.”
Sobre manter os jogadores com fome de títulos
“Chegar ao final do ano e trocar poucas peças e entender que o sarrafo está alto. O segredo é ser exigente; e ser exigente cria desgaste com todos os departamentos do clube. É preciso estar sempre a inovar, a melhorar. Eu não posso dar cadeiras, porque eles [os jogadores] sentam para trás e encostam. Eu gosto de dar bancos. Porque aí eles não encostam. Não podemos dar cadeiras a ninguém”.
“É isso que queremos. Temos que ter também um elenco competitivo, dois bons jogadores para cada posição, no mínimo. Para sermos competitivos com os nossos adversários, temos que ser [competitivos] internamente. Todos conhecem esse segredo, o difícil é manter-se de forma consistente”.
Douglas Marques das Flores apita o jogo de ida, enquanto Raphael Claus comanda a arbitragem na partida de volta
Após a definição das datas, horários e locais dos dois jogos da final do Campeonato Paulista, a Federação Paulista de Futebol divulgou na noite de ontem as equipes de arbitragem que comandarão as duas partidas.
Douglas Marques já apitou oito jogos do Palmeiras em sua carreira, sendo o último justamente o Choque-Rei da primeira fase do Paulistão, que terminou com a vitória palmeirense por 1 a 0. Clique aqui e confira todo o histórico do árbitro em jogos do Palmeiras.
Raphael Claus comanda a arbitragem no segundo jogo
Claus tem 33 jogos do Palmeiras no currículo, sendo destes, cinco clássicos contra o SFPC. Com ele no comando do apito, o Verdão tem um aproveitamento de 52,5% dos pontos. Confira todas as partidas do clube apitadas por Raphael Claus.
O Palmeiras chega a sua terceira final de campeonato em 2022 e busca seu 24º título Paulista.
O jovem árbitro tambémexplicou na súmula o motivo da expulsão de João Martins, auxiliar técnico do Palmeiras
O Palmeiras enfrentou o SCCP na noite de ontem e venceu o rival por 2 a 1. Apesar do resultado apertado, o Verdão dominou as ações em quase toda a partida e marcou um gol em cada tempo: Raphael Veiga, de pênalti, aos 28’ da primeira etapa; e Danilo, aos 23’ do segundo tempo, aproveitando rebote do goleiro Cássio.
O Derby teve no comando do apito o jovem Matheus Delgado Candançan, que na súmula após a partida, relatou um conflito entre a equipe de arbitragem e dois profissionais do Palmeiras: Carlos Martinho (auxiliar de Abel) e Anderson Barros (diretor de futebol).
De acordo com Candançan, Martinho foi em direção aos juízes no final do jogo, nas escadas que dão acesso aos vestiários, e proferiu as seguintes palavras: “foi falta antes do pênalti, só vocês não viram, ele [Róger Guedes] empurrou”.
O documento aponta ainda que o quarto árbitro, Salim Fende Chavez, colocou-se à frente de Candançan na reclamação de Carlos Martinho e pediu para o assistente se retirar. Em seguida, o árbitro relata que Anderson Barros tomou à dianteira da discussão, “segurou a camisa do quarto árbitro” e disse: “você não pode falar assim, aqui eu que resolvo as coisas”, escreveu.
Seguranças do Palmeiras tiveram um rápido confronto com o policiamento presente no local e a discussão foi encerrada.
Árbitro relata na súmula motivo da expulsão de João Martins
Além de detalhar o conflito nos vestiários do Allianz Parque, Matheus Candançan também explicou na súmula os motivos que o levaram a expulsar João Martins, assistente técnico do Palmeiras, que foi ejetado da partida aos 43 minutos da etapa final.
“Expulso por sair de seu banco de reservas e ir na direção do 4º árbitro, Sr. Salim Fende Chavez, reclamando acintosamente das decisões da arbitragem com gestos e ações, proferindo as seguintes palavras: ‘vocês têm que checar, só checam para os caras’”, relatou.
O Palmeiras volta a campo no próximo domingo para jogar a última rodada da primeira fase do Paulista. Líder do Grupo C e já classificado para as quartas-de-final, o Verdão espera pela definição do seu adversário; Ituano, Botafogo e Mirassol brigam por essa última vaga na chave.