FPF divulga áudio do VAR em pênalti contra o Palmeiras na final do Paulista; confira

FPF divulga áudio do VAR em pênalti contra o Palmeiras na final do Paulista, apitado por Douglas Marques das Flores, no jogo entre Palmeiras e SPFC, durante primeira partida válida pela final do Paulistão 2022, no Morumbi.
Cesar Greco

Para José Cláudio Rocha Filho, responsável pelo VAR no clássico, movimento de Marcos Rocha foi “antinatural”

No começo da tarde desta quinta-feira, a FPF (Federação Paulista de Futebol) divulgou os áudios da conversa entre o VAR, comandado por José Cláudio Rocha Filho, e Douglas Marques das Flores, juiz da partida, na revisão do pênalti marcado para o SPFC, contra o Palmeiras, que resultou no primeiro gol do rival.

O lance ocorreu aos 49 minutos do primeiro tempo: Alisson cruzou e a bola bateu na mão de Marcos Rocha, que estava colada a seu corpo. No primeiro momento, o juiz diz para os jogadores são-paulinos que o braço de Rocha estava recolhido e manda o jogo prosseguir.

Entretanto, o árbitro de vídeo chama Douglas Marques para rever o lance, alegando que o lateral palmeirense havia “ampliado seu espaço de forma antinatural com o seu braço”; confira:

Abel ironiza VAR após o jogo

O lance gerou revolta aos palmeirenses. Em entrevista coletiva após o duelo, o técnico Abel Ferreira criticou o chamado do VAR para a revisão do pênalti e afirmou que “alguém quis ser o protagonista”, já que a ação em campo havia sido a correta. Além disso, o treinador ironizou o fato de o árbitro de vídeo não ter revisado um possível pênalti em cima de Gustavo Gómez, no segundo tempo.

“A regra é clara, quando há dúvidas, prevalece a ação do campo, só chama quando é algo escandaloso, como foi o pênalti em cima do Gómez. Mas aí o VAR estava comendo pipoca”, disse Abel.

Até o momento, a Federação Paulista de Futebol não divulgou os áudios sobre o lance envolvendo o zagueiro palmeirense.

Paulo Buosi, vice-presidente do Palmeiras, faz pronunciamento contra arbitragem ao final da partida

Paulo Buosi, vice-presidente do Palmeiras, faz pronunciamento contra arbitragem de Douglas Marques das Flores, no jogo entre Palmeiras e SPFC, durante primeira partida válida pela final do Paulistão 2022, no Morumbi.
Cesar Greco

Antes da entrevista coletiva de Abel Ferreira, Paulo Buosi foi à sala de imprensa e afirmou que “houve interferência da arbitragem” no clássico

O Palmeiras perdeu para o SPFC no primeiro jogo da final do Campeonato Paulista, por 3 a 1, e agora buscará reverter o placar no próximo domingo, no Allianz Parque. Ao final da partida, o vice-presidente do clube, Paulo Buosi, apareceu na sala de imprensa antes da tradicional coletiva de Abel Ferreira para protestar contra a arbitragem de Douglas Marques das Flores.

O primeiro gol do SPFC veio de um pênalti inexistente no final do primeiro tempo. Além disso, o clube reclama de uma penalidade máxima não assinalada em cima de Gustavo Gómez, na etapa final.

“Jogamos 10 finais nos últimos anos, ganhamos e perdemos, mas nunca aconteceu algo assim. O pênalti marcado foi totalmente fora da regra. Tivemos invasão na cobrança do pênalti que o VAR tem que chamar. Houve um tratamento para o nosso treinador e outro para o técnico deles. Teve ainda um pênalti no Gustavo Gómez”, iniciou Buosi.

“Se faz necessária uma manifestação do Palmeiras. Houve interferência da arbitragem no resultado da partida. O que a gente espera é que, no próximo jogo, não haja interferência da arbitragem. Isso é o que o Palmeiras pede. Infelizmente o que ocorreu hoje precisava de uma manifestação dura do Palmeiras, como ainda não tínhamos feito em nenhuma outra oportunidade”, concluiu.

Além de Paulo Buosi, Gustavo Gómez também criticou a arbitragem

O zagueiro Gustavo Gómez, capitão do Palmeiras, também criticou a arbitragem após a partida. Em entrevista na zona mista do Morumbi, o camisa 15 falou sobre a falta de critério dos juízes.

“Nós temos que melhorar, mas a arbitragem também. Lembro que tivemos uma palestra no início do Paulista, com a presidente da arbitragem, e foi falado dos critérios dos árbitros, mas hoje o critério não foi igual. Conversei com ele [o juiz] ao final do jogo e disse que ele precisa melhorar, assim como nós. Além disso, eu também sofri um pênalti que não foi marcado”, disse Gómez.

A presidente da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol em questão é Ana Paula Oliveira, que na madrugada postou uma foto em seu Instagram ao lado da equipe de arbitragem do Choque-Rei, com a legenda “orgulho”.

Em coletiva na sede da FPF, Abel pede redução das datas do Paulista

Em coletiva na sede da FPF, Abel pede redução das datas do Paulista e projeta decisão.
Reprodução

Ao lado de Mauro Silva, vice-presidente da FPF, Abel falou sobre as vantagens que o futebol brasileiro teria com a diminuição do Paulistão

Após o treino desta terça-feira, o técnico Abel Ferreira participou de uma entrevista coletiva na sede da Federação Paulista de Futebol para falar sobre a decisão do Paulistão 2022, entre Palmeiras e SPFC.

Além de comentar sobre a final, no entanto, o treinador palmeirense falou também da organização do campeonato. Perguntado a respeito a importância do Paulistão, Abel reconheceu a história do torneio, mas pediu por menos datas.

“É uma competição que tem 120 anos de história. É de longe o melhor e o mais organizado estadual, por vários motivos, e o principal é que há muitas equipes e elencos bons. Comparado com Portugal, o Paulistão é o nosso campeonato nacional. Mas de forma global creio que, para melhorar, tem que reduzir duas ou três datas. Eu queria ter o Danilo [em campo – o camisa 28 machucou a coxa]. O Red Bull Bragantino jogou sem o Artur contra nós; o SCCP perdeu o Fagner por lesão na semifinal. Não há milagres, quando se joga nessa densidade competitiva, perde-se os jogadores. Se houver flexibilidade de todas as partidas, há espaço para melhorar”, iniciou.

“Isso [reduzir as datas] melhoraria também o Brasileirão e daria mais tempo para os clubes se prepararem. Jogando nesse calendário, quando terá tempo para treinar? É nisso que os executivos têm de pensar. [Com mais tempo] vai ser melhor para o jogador brasileiro, os técnicos e, sobretudo, para o futebol brasileiro. Vamos jogar no domingo que vem, e três dias depois jogaremos na Venezuela [contra o Táchira, pela Libertadores]; isso não deveria existir, mas existe. Longe de mim pensar em acabar com essa competição, ela tem História, mas precisa reduzir as datas”, acrescentou Abel, que finalizou o pensamento destacando a importância que o estadual tem para as equipes menores.

“Já participamos de algumas reuniões e é importante também ouvir os [times] menores, a importância dos jogos para eles. Sem dúvida nenhuma é uma competição importante”, concluiu.

Abel fala sobre a decisão

Ao comentar sobre a partida, Abel destacou que o Palmeiras foi a melhor equipe até chegar à final, mas ressaltou que a decisão é “50/50”.

“Penso sempre no ‘aqui e agora’. Fomos os melhores da primeira fase, mas agora tudo se equilibra. [O jogo passado] começou equilibrado e nós conseguimos abrir o marcador. Depois o adversário nos empurrou para trás. Eles são organizados, jogam com muita gente por dentro e têm uma boa mistura de jovens e experientes jogadores”, falou.

“As duas melhores equipes chegaram à final. Isso mostra o mérito e o trabalho dos dois clubes. Eles têm uma vantagem no jogo de ida porque jogam em casa só para a sua torcida, mas vamos procurar impor nosso jogo ofensivo e defensivo, com as intenções de sempre. Vamos buscar um bom resultado no Morumbi para depois fechar no Allianz Parque. Os respeitamos muito, mas queremos vencer. O mais importante é que seja um bom jogo, que vença a melhor equipe e esperamos que seja o Palmeiras”, finalizou.

O jogo de ida da final acontece na noite desta quarta-feira, no Morumbi; já a volta será disputada no domingo, às 16h, no Allianz Parque.

Confira outros assuntos abordados por Abel Ferreira

  • Sobre a importância de vencer o Paulistão

“Nossa prioridade, não é novidade para ninguém, era o Mundial e a Recopa. Mas os jogadores tiveram sede de vitórias e fizeram uma campanha extraordinária [no Paulistão], consistente. A equipe é equilibrada: sabe propor; é reativa; e sabe pressionar alto para rapidamente sair em transição. Falam muito da posse de bola, mas essa posse do meio de campo para trás não me interessa. Quando jogamos contra o Ituano, propusemos o jogo inteiro. Agora, quando enfrentamos uma equipe do mesmo nível, é normal haver um equilíbrio.”

  • Sobre manter os jogadores com fome de títulos

“Chegar ao final do ano e trocar poucas peças e entender que o sarrafo está alto. O segredo é ser exigente; e ser exigente cria desgaste com todos os departamentos do clube. É preciso estar sempre a inovar, a melhorar. Eu não posso dar cadeiras, porque eles [os jogadores] sentam para trás e encostam. Eu gosto de dar bancos. Porque aí eles não encostam. Não podemos dar cadeiras a ninguém”.

“É isso que queremos. Temos que ter também um elenco competitivo, dois bons jogadores para cada posição, no mínimo. Para sermos competitivos com os nossos adversários, temos que ser [competitivos] internamente. Todos conhecem esse segredo, o difícil é manter-se de forma consistente”.

FPF define equipe de arbitragem para as finais do Campeonato Paulista

FPF define Douglas Marques das Flores para apitar clássico entre SPFC e Palmeiras.
Reprodução

Douglas Marques das Flores apita o jogo de ida, enquanto Raphael Claus comanda a arbitragem na partida de volta

Após a definição das datas, horários e locais dos dois jogos da final do Campeonato Paulista, a Federação Paulista de Futebol divulgou na noite de ontem as equipes de arbitragem que comandarão as duas partidas.

Para o jogo do Morumbi, que acontecerá nesta quarta-feira às 21h40, o escolhido para ser o juiz principal foi Douglas Marques das Flores, de 36 anos. Ele será auxiliado por Daniel Paulo Ziolli e Alex Ang Ribeiro, além do quarto árbitro Thiago Luís Scarascati. O responsável pelo VAR será José Claudio Rocha Filho.

Douglas Marques já apitou oito jogos do Palmeiras em sua carreira, sendo o último justamente o Choque-Rei da primeira fase do Paulistão, que terminou com a vitória palmeirense por 1 a 0. Clique aqui e confira todo o histórico do árbitro em jogos do Palmeiras.

Raphael Claus comanda a arbitragem no segundo jogo

Raphael Claus foi árbitro no jogo do Palmeiras contra o Corinthians, durante partida válida pela vigésima primeira rodada do Brasileirão 2021, no Itaquerão.
Cesar Greco

Para o duelo decisivo, que ocorre no Allianz Parque, a Federação designou o experiente Raphael Claus. Danilo Ricardo Simon e Neuza Inês Back serão seus assistentes, enquanto Flávio Rodrigues de Souza será o quarto árbitro. O comando do VAR ficará a cargo de Thiago Duarte Peixoto.

Claus tem 33 jogos do Palmeiras no currículo, sendo destes, cinco clássicos contra o SFPC. Com ele no comando do apito, o Verdão tem um aproveitamento de 52,5% dos pontos. Confira todas as partidas do clube apitadas por Raphael Claus.

O Palmeiras chega a sua terceira final de campeonato em 2022 e busca seu 24º título Paulista.

Na súmula, Matheus Candançan relata conflito entre equipe de arbitragem e Anderson Barros

Na súmula, Matheus Candançan relata conflito entre equipe de arbitragem e Anderson Barros.
Cesar Greco

O jovem árbitro também explicou na súmula o motivo da expulsão de João Martins, auxiliar técnico do Palmeiras

O Palmeiras enfrentou o SCCP na noite de ontem e venceu o rival por 2 a 1. Apesar do resultado apertado, o Verdão dominou as ações em quase toda a partida e marcou um gol em cada tempo: Raphael Veiga, de pênalti, aos 28’ da primeira etapa; e Danilo, aos 23’ do segundo tempo, aproveitando rebote do goleiro Cássio.

O Derby teve no comando do apito o jovem Matheus Delgado Candançan, que na súmula após a partida, relatou um conflito entre a equipe de arbitragem e dois profissionais do Palmeiras: Carlos Martinho (auxiliar de Abel) e Anderson Barros (diretor de futebol).

De acordo com Candançan, Martinho foi em direção aos juízes no final do jogo, nas escadas que dão acesso aos vestiários, e proferiu as seguintes palavras: “foi falta antes do pênalti, só vocês não viram, ele [Róger Guedes] empurrou”.

O documento aponta ainda que o quarto árbitro, Salim Fende Chavez, colocou-se à frente de Candançan na reclamação de Carlos Martinho e pediu para o assistente se retirar. Em seguida, o árbitro relata que Anderson Barros tomou à dianteira da discussão, “segurou a camisa do quarto árbitro” e disse: “você não pode falar assim, aqui eu que resolvo as coisas”, escreveu.

Seguranças do Palmeiras tiveram um rápido confronto com o policiamento presente no local e a discussão foi encerrada.

Árbitro relata na súmula motivo da expulsão de João Martins

Além de detalhar o conflito nos vestiários do Allianz Parque, Matheus Candançan também explicou na súmula os motivos que o levaram a expulsar João Martins, assistente técnico do Palmeiras, que foi ejetado da partida aos 43 minutos da etapa final.

“Expulso por sair de seu banco de reservas e ir na direção do 4º árbitro, Sr. Salim Fende Chavez, reclamando acintosamente das decisões da arbitragem com gestos e ações, proferindo as seguintes palavras: ‘vocês têm que checar, só checam para os caras’”, relatou.

O Palmeiras volta a campo no próximo domingo para jogar a última rodada da primeira fase do Paulista. Líder do Grupo C e já classificado para as quartas-de-final, o Verdão espera pela definição do seu adversário; Ituano, Botafogo e Mirassol brigam por essa última vaga na chave.