O ano de 2019 na História do Palmeiras

Titulos
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Ricardo Goulart e Carlos Eduardo
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Decacampeão Brasileiro, o Palmeiras iniciou 2019 como favorito a todas as disputas. O time estava muito encaixado na mão de Luiz Felipe Scolari e precisava de poucos ajustes no elenco. Assim, Felipão e a diretoria priorizaram fortalecer o elenco no setor de ataque, com peças de reposição com características diferentes: o driblador Carlos Eduardo, o velocista Felipe Pires e o NOVE-NOVE Arthur Cabral.

Além deles, já haviam sido comprados antecipadamente em 2018 os meiocampistas Matheus Fernandes e Zé Rafael e foram reintegrados os emprestados Raphael Veiga e Juninho. Mas a grande aposta foi a chegada de Ricardo Goulart, após uma negociação arrastada. O meia-atacante chegou com status de megacontratação e ganhou a camisa 11.

Felipão encaixou Goulart no time, que voou no primeiro semestre. Nos primeiros 16 jogos, que envolveram a fase preliminar e as quartas-de-final do estadual, mais dois jogos pela Libertadores, apenas uma derrota e apenas 5 gols sofridos. O time tinha uma defesa incrivelmente sólida  e praticamente não era atacado em nenhum jogo.

Ricardo Goulart sofreu com problemas físicos e não conseguiu dar sequência. Com o camisa 11 em agonia, o time oscilou justo na semifinal contra o SPFC; o ataque patinou. Com dois empates em 0 a 0, a vaga na final foi decidida nos pênaltis, e o inimigo levou a melhor.

Copa do Brasil 2019
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

O grupo e até a torcida reagiram bem ao revés, compreendendo que tratava-se de uma disputa menor. Após a eliminação, o Palmeiras manteve o foco e engatou uma incrível sequência de 14 partidas, com 13 vitórias e um empate, envolvendo os jogos restantes da fase de grupo da Libertadores, as oitavas da Copa do Brasil contra o Sampaio Corrêa, e as nove rodadas iniciais do Brasileirão, batendo recordes de invencibilidade. Mas a torcida teve que se conformar com a saída de Goulart, que recebeu uma oferta irrecusável para retornar à China após apenas 12 jogos pelo Palmeiras.

Chegamos no meio de junho e o futebol doméstico parou para a disputa da Copa América. O Palmeiras encantava o país e não havia quem não seguisse apontando o Verdão como candidato a vencer todos os campeonatos, a despeito do tropeço no estadual. Mas a pausa fez muito mal ao elenco, de maneira inexplicável.

Como que por feitiço, o time desandou. Sem motivo aparente, a solidez defensiva se desmanchou e a confiança dos jogadores foi junto. Uma vitória magra contra o Inter, pelas quartas da Copa do Brasil, foi o sinal de que as coisas iam mal.

O Verdão pagou caro o desperdício de gols da ida e acabou eliminado da Copa do Brasil nos pênaltis, após perder por 1 a 0 a partida de volta. Tropeços no Brasileiro, contra adversários pouco cotados como Ceará e Vasco, impensáveis no primeiro semestre, viraram padrão. O alerta estava aceso.

Gustavo Scarpa
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

Contra o inexpressivo Godoy Cruz, na Argentina, o Palmeiras saiu perdendo por 2 a 0, mas ainda buscou o empate. Mas na volta, uma goleada sobre os argentinos parecia indicar que as coisas iam voltar ao normal. O Verdão ainda venceu o Grêmio em Porto Alegre, com um golaço de Gustavo Scarpa, no jogo de ida das quartas-de-final, e a confiança parecia realmente de volta. Mas foi só uma ilusão.

Borja e Deyverson esgotaram a paciência da torcida e da diretoria, que contratou Luiz Adriano do futebol da Ucrânia. O novo reforço abriu o placar contra o Grêmio no Pacaembu, e a classificação parecia encaminhada. Mas os gaúchos conseguiram virar o placar em dois lances em sequência, destruindo em questão de minutos a frágil confiança dos jogadores do Verdão. O placar permaneceu 1 a 2 até o fim, e o Palmeiras estava eliminado da terceira competição do ano.

Restava o Brasileiro, e a partida seguinte não poderia ser mais emblemática: Flamengo, no Maracanã. O time carioca havia promovido uma reforma radical no elenco e na comissão técnica na parada da Copa América e encaixou o time de maneira rara. A partida era um enorme desafio para o Verdão: se vencesse, daria uma demonstração enorme de força e a confiança estaria de volta; se  perdesse, veria o adversário embalar de vez enquanto teria que juntar os cacos.

O Flamengo não apenas venceu, como goleou o Palmeiras por 3 a 0, provocando a queda de Felipão. O Palmeiras estava despedaçado. A diretoria, desorientada, fez a pior escolha possível para a reposição: Mano Menezes, um treinador que tinha extrema rejeição da torcida por seu passado identificado com rivais.

Mano Menezes
Cesar Greco/Ag.Palmeiras

A chegada de Mano, num primeiro momento, surtiu algum efeito no ótimo elenco do Palmeiras. Foram cinco vitórias seguidas que mantiveram o time na caça do líder – na rodada 21, a diferença era de apenas três pontos. Mas três insucessos seguidos, contra Inter, Galo e Santos, fizeram a distância aumentar para oito pontos e a palavra “milagre” começou a ser ouvida com mais frequência, no pior sentido possível.

Nos cinco jogos seguintes, 13 pontos, mas o Flamengo também fez a mesma marca e a diferença se manteve em oito, a nove rodadas do fim. Mais duas vitórias, contra Ceará e Vasco, de nada adiantaram, porque o Flamengo seguia ganhando.

Veio o Derby, no Pacaembu, e o empate foi fatal. O Palmeiras não conseguia diminuir a diferença e o número de rodadas ia se esgotando. A fé acabou de vez. O time empatou com o Bahia, perdeu para o Grêmio em casa e viu o Flamengo ser campeão com quatro rodadas de antecedência.

Sem a  menor motivação, o time foi derrotado pelo Fluminense, tomou um baile em casa do Flamengo e Mano Menezes foi demitido. O auxiliar Andrey Lopes comandou os dois jogos finais, quando promoveu a estreia do talentoso menino da base Gabriel Veron, numa goleada por 5 a 1 no Brinco de Ouro, e depois empurrou o Cruzeiro para a segunda divisão numa vitória por 2 a 0 no Mineirão. Ao menos tivemos essas pequenas alegrias ao final de um ano que iniciou muito promissor, mas terminou cheio de frustrações.


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